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quinta-feira, 18 de março de 2010

Orlando Silva – Por tí (RCA-Victor – 1960)

OS4


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Link atualizado em 02/04/15

     Orlando Garcia da Silva nasceu no Rio de Janeiro RJ em 03 de Outubro de 1915. O pai, José Celestino da Silva, foi integrante D'os Oito Batutas e era operário das oficinas da Estrada de Ferro Central do Brasil, no subúrbio de Engenho de Dentro; morreu da gripe espanhola, deixando o filho com três anos. Desde pequeno, gostava de cantar e sempre tinha folhetos de modinhas no bolso ou dentro dos cadernos escolares. Nunca chegou a estudar música ou canto.
     Em 1934, o compositor Bororó apresentou-o a Francisco Alves, que o convidou a cantar em seu programa na Rádio Cajuti. Nesse ano gravou seu primeiro disco, na Columbia, com o samba "Olha a baiana" e a marcha "Ondas curtas". Em março de 1935 passa a se apresentar na Rádio Transmissora. No mesmo ano, indicado por Francisco Alves, assinou contrato com a RCA-Victor e gravou um 78 RPM que trazia "No quilometro 2" e "Para Deus somos iguais". Em 1936 participou do filme Cidade-mulher, da Brasil-Vita, interpretando a marchinha de Noel Rosa que deu titulo ao filme. Também em 1936, participou da inauguração da Rádio Nacional. Foi o primeiro cantor a ter um programa exclusivo nessa emissora, com o qual obteve enorme popularidade.
     Em 1937 foi a São Paulo SP pela primeira vez e apresentou-se na sacada do Teatro Colombo, no bairro paulista do Brás, onde se reuniram 10 mil pessoas para ouvi-lo. Foi nessa ocasião que o locutor Oduvaldo Cozzi lhe atribuiu o cognome de O Cantor das Multidões. Nesse mesmo ano, gravou na RCA-Victor um de seus grandes sucessos: "Lábios que beijei". Foi o primeiro cantor a interpretar "Carinhoso".
     Em 1940 torna-se público o caso amoroso entre Orlando Silva e a atriz Zezé Fonseca, que durou até o ano de 1943, em meio a várias "turbulências".
    Em 1942, o cantor tem um histórico de sérios problemas dentários. Para alíviar as dores que sentia passou a fazer uso de morfina, da qual se tornou dependente, o que causou um processo violento de alteração do timbre da sua voz. Ainda nesse ano participou da inauguração das ondas curtas da Ceará Rádio-Clube.
     Em 1943 transferiu-se para a Odeon, por onde grava vários discos, mas vê sua popularidade cair e começa a se tornar dependente também do álcool. Em 1944, afastou-se dos palcos, continuando a fazer programas de rádio no Rio de Janeiro, em São Paulo e em Belo Horizonte MG. Em 1946 participou do filme da Atlântida Segura essa mulher, dirigido por Watson Macedo, interpretando a marcha "Seja lá o que Deus quiser" e deixa a rádio Nacional.
     Em 1947 casa-se com Maria de Lourdes Souza Franco, o que se tornou um dos fatores responsáveis para uma mudança radical na vida desregrada em que Orlando Silva estava vivendo.
     Em 1951, já em fase de pleno restabelecimento profissional, novamente por intermédio de Francisco Alves retorna à rádio Nacional fazendo apresentações esporádicas. Transferiu-se para a Copacabana, gravadora em que permaneceu ate 1955. Em 1952, com a morte de Francisco Alves, vítima de um desastre automobilístico, Orlando Silva foi indicado para substitui-lo no programa dominical de maior audiência da rádio: "Quando os ponteiros se encontram". No ano seguinte, um concurso da Revista do Rádio o elegeu Príncipe do Disco. 
     Em 1954 conquistou o titulo de Rei do Rádio. Nessa época, fazia o programa Doze Badaladas, levado ao ar ao meio-dia, com grande audiência. Em 1955 retornou a Odeon, na qual permaneceu ate 1959.
     Em 1956, por forçar demais a caminhada teve de amputar o pé, por receio de gangrena. Passa desde então a usar uma prótese mecânica. 
   Em 1959 retornou à RCA-Victor e reconquistou definitivamente a popularidade com o lançamento do LP Carinhoso, revivendo todos os antigos sucessos. Gravou, ainda em 1959, o LP Última estrofe. Em 1960, novamente na RCA Victor, lançou o LP Por ti e, no ano seguinte, o LP Quando a saudade apertar. Em 1975 lançou o LP Hoje, completando 40 anos de carreira artística, com canções de autores como Taiguara e Antônio Carlos e Jocafi.
Faleceu no Rio de Janeiro em 07 de Agosto de 1978, no hospital Gaffrée Guinle, vítima de isquemia cerebral. Em seu sepultamento, o grande público presente participou do cortejo entoando a valsa "Carinhoso".
     O disco que apresento aos amigos do Blog é exatamente "Por tí", lançado em 1960, que foi o terceiro de uma série de 4 LP's onde o "Cantor das multidões" reviveu em novos arranjos sucessos lançados anteriormente apenas em 78 RPM. Devo confessar que tive um pouco de trabalho para restaurar o disco original devido à vários arranhões, mas no fim confesso que fiquei muito satisfeito com o resultado alcançado. Não era mesmo para Orlando Silva ficar de fora do Blog. E ele está aquí para deleite de quem ama a boa música!!!

Músicas

Lado 1:
01- Por tí (Sá Roris – Leonel Azevedo)
02- Chora cavaquinho (Waldemar de Abreu “Dunga”)
03- Naná (Jardel e Geysa Boscoli – Custódio Mesquita)
04- Lágrimas de Rosa (Dante Santoro – Kid Pepe)
05- Tristeza (J. Cascata – Christivão de Alencar)
06- Apoteose do amor (Cândido das Neves “Índio”)

Lado 2:
01- Meu coração a teus pés (Benedicto Lacerda – Jorge Faraj)
02- Amigo infiel (Benedicto Lacerda – Aldo Cabrau)
03- Perdão amor (Lamartine Babo)
04- O prazer é todo meu (Ataulpho Alves – Claudionor Cruz)
05- Deusa do cassino (Newton Teixeira – Torres Homem)
06- História de amor (J. Cascata – Humberto Porto)

Um comentário:

  1. Descobri o blog agora. Estou impressionado. Raridades de Orlando Silva, Perry Como, Elizeth Cardoso, e etc....

    Siga em frente.

    Grande abraço

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