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quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Nilo Amaro e Seus Cantores de Ébano – Os anjos cantam (IEM/Odeon – 1962).

Nilo Amaro e Seus Cantores de Ebano - Os Anjos Cantam (1962)-image019

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Link reativado em 02/04/15

     Tenho o prazer de apresentar no Blog Cultura Cabesound mais um disco muito especial, considerado hoje em dia como um dos 100 discos fundamentais da história da MPB: OS ANJOS CANTAM.
 Para definir esse disco vou usar aquí grande parte do belo texto da contra-capa:
     "Vozes que harmonizam, vozes que fazem beleza, vozes que fazem música branca – eis OS CANTORES DE ÉBANO, realização total de um sonho sonhado há muitos anos por Nilo Amaro.
     Sim. Se houve sonho sonhado e que, um dia, concretizou-se integralmente, esse sonho foi do moço Nilo Amaro, artista moço que, de sacrificio em sacrificio, conseguiu reunir um punhado  de vozes bonitas, as quais trabalhou com dedicação e carinho visando atingir a meta que todo artista sonha atingir: a glória.
     Assim, OS CANTORES DE ÉBANO como que sofreram uma série de situações desagradáveis (falta de local para ensaiar, incompreensão de alguns, descrença de muitos, portas fechadas quase sempre) e diversas outras situações, inclusive a pior delas: a falta de incentivo.
     Mas, como há sempre um dia na vida daqueles que lutam por uma verdade, o dia de Nilo Amaro e consequentemente, d’OS CANTORES DE ÉBANO chegou. E chegou, exatamente quando Ismael Corrêa – Diretor Artístico da ODEON – cedeu os estúdios da gravadora para que os integrantes do conjunto ensaiassem à vontade, tranquilamente, sem qualquer preocupação. E fez mais aquele diretor: soube ser incentivo o tempo todo, palavras de encorajamento nos momentos de incerteza, amigo de verdade em todas as horas.
     Alguns meses de ensaios initerruptamente e aconteceu o perfeito entendimento vocal do conjunto. E com esse entendimento a primeira gravação: “Greenfields” e “A noiva”, duas canções de sucesso e que projetaram definitivamente o conjunto que surgia.”
     Nilo Amaro, cujo nome verdadeiro era Moisés Cardoso Neves, formou o conjunto basicamente com vozes negras femininas e masculinas (1 soprano, 1 mezzo soprano, a contralto, 2 baixos, 1 tenor e 3 barítonos). A intenção de Nilo Amaro sempre foi formar um conjunto vocal semelhante aos corais Gospel Norte-Americanos mas usando repertório típico do cancioneiro nacional, e mesmo num curto espaço de tempo, Nilo Amaro conseguiu seu objetivo com OS CANTORES DE ÉBANO, colocando o conjunto num patamar clássico da nossa música. O destaque do grupo, além do próprio Nilo Amaro, era Noriel Arantes, que com sua voz grave, encorpada e característica, dava um toque especial aos vocalizes d’OS CANTORES DE ÉBANO. Noriel, em 1968, lançou já como Noriel Vilela outro desses discos considerados fundamentais da MPB: EIS O ÔME e também fez sucesso com a versão de um clássico Norte-Americano dos anos 40 chamado “Sixteen Tons”, vertida para o português com o nome “16 toneladas”. Noriel morreu em 1974.
     Nilo Amaro e Os Cantores de Ébano ainda lançariam em 1963 mais um LP, que continha o sucesso “Uirapurú”.
Nilo Amaro faleceu em Goiânia aos 76 anos de idade, no dia 18 de abril de 2004, mas deixou a sua contribuição para a Música Popular. Jamais existiu em nossa música um conjunto vocal que igualasse o estilo d’OS CANTORES DE ÉBANO. Este é mais um presente especialíssimo do Blog Cultura Cabesound à você, que me dá a honra do seu prestígio!!!
    
Dados do disco:
         
          Direção Artística: Ismael Corrêa
          Foto: Francisco Pereira

          Músicas:

Lado 1:
01- Leva eu sodade (Tito Neto – Alventino Cavalcanti). Solos de Nilo Amaro e Noriel Arantes
02- Boa noite (Francisco J. Silva – Iza M. da Silva) Solo de Nilson Prado
03- Fiz a cama na varanda (Dilú Mello – Ovídio Chaves)
04- Canção de ninar meu bem (Bidu Reis – Gracindo Junior) Solo de Nilson Prado
05- Down by the Riverside (Dazz Jordan)
06- Greenfields (Terry Gilkyson – Richard Deher – Frank Miller – Versão de Romeo Nunes – Nilo Amaro). Solo de Nilson Prado

Lado 2:
01- A lenda do Abaeté (Dorival Caymmi). Solo de Noriel Arantes
02- Azulão (Jayme Ovalle – Manuel Bandeira)
03- Eu e você (Roberto Muniz – Jairo Aguiar). Solo de Nilo Amaro
04- Minha graúna (Tito Neto – Avarése). Solo de Nilo Amaro
05- Dorinha (Tito Neto – Ary Monteiro). Solo de Nilo Amaro
06- A noiva “La novia” (Joaquim Prieto – Versão de Fred Jorge). Solo de Nilson Prado


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