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Link reativado em 31/03/2015
Mais uma Feira do Vinil do RJ foi realizada neste domingo (16/10). Pude mais uma vez estar pessoalmente lá e, mais uma vez não me decepcionei e concerteza todas as pessoas que estiveram lá também não se decepcionaram com a quantidade de relíquias musicais e todas as novidades expostas. Dessa vez, a Feira não teve a presença física de MARCOS “SPACECAKE” OLIVEIRA, falecido em 12 de agosto, idealizador da Feira do Vinil do RJ. Mas ele não deixou de estar presente em homenagens em forma de Flyers que mostravam em fotos e textos detalhados um pouco da sua vida e da sua importância no “universo do vinil”.
Graças a Marcos, a Feira já se tornou uma tradição, sendo realizada de 5 em 5 meses e fazendo a alegria dos amantes do “bolachão”. Eu, igualmente a todos esses admiradores do som e da arte do bom vinil, pude conferir de perto vários ítens de colecionador, novos toca-discos e lançamentos em vinil. Pude testemunhar o ressurgimento do selo ROZENBLIT, com várias reedições de prensagem importada de alta qualidade e conheci também um pouco do trabalho do selo VINYL LAND, voltado a lançamentos em LP e compactos de músicos do chamado Underground tupiniquim, todos em vinil importado de alta qualidade, de quebra adquiri um compacto da banda DO AMOR, com uma regravação muito legal de LINDO LAGO DO AMOR, de GONZAGUINHA. Cadastrei também meu e-mail no site do selo e ganhei de brinde um bótom.
Mais uma vez a boa presença de público foi um dos pontos altos da Feira (me desculpem a foto desfocada!):
Livros também tiveram seu espaço na Feira:
Tive a oportunidade de adquirir um OFF THE WALL, do MICHAEL JACKSON, original importado:
Novos toca-discos em exposição:
Para provar que pelo menos no exterior a fabricação de vinis nunca parou, olha eu aqui com uma cópia de BORN THIS WAY, da LADY GAGA:
A grande ausência dessa vez, para mim, foi a POLYSOM, que não colocou seu stand na Feira. Tinha a vontade de adquirir pelo menos 1 lançamento nacional da fábrica, mas vou ter de aguardar uma próxima oportunidade. No mais, fica aqui meu registro e todos os meus elogios possíveis aos organizadores da 4ª feira do Vinil do RJ, que demonstraram mais uma vez que o vinil nunca morreu no coração dos verdadeiros aficcionados pela boa música. Fica registrado também todo meu agradecimento in memorian à MARCOS “SPACECAKE” OLIVEIRA, pois sem a sua cabeça pensante talvez nenhuma dessas Feiras seriam realizadas com todos esses detalhes e com todo esse carinho. E que venha a 5ª Feira do Vinil em abril de 2012, pois já estou fazendo contagem regressiva!!!
Estou devendo uma explicação para você, amigo(a) que nesse instante me dá o prazer da sua visita ao Blog. O título dessa postagem por sí só já justificaria resumidamente a falta de novas postagens mas, seria um trabalho de preguiçoso e até uma falta de respeito à você deixar de justificar detalhadamente a ausência.
Bom, meu computador titular me deixou “na mão” literalmente escrevendo. Estou agora reaprendendo a trabalhar com um computador de 256 mega de memória RAM, sem ele não estaria postando essa justificativa (aproveito para agradecer ao amigo Caio pela cessão desse PC) numa época em que novos PC’s não saem das lojas com um mínimo de 2 GB de memória RAM. Estou tendo que me adaptar a novos programas com menos recursos que antes, mas mesmo assim não menos eficientes. Se antes eu usava um Sound Forge para digitalizar meus discos, agora usarei GoldWave, que ocupa bem menos espaço no PC, mas que pelos testes feitos não deixa cair a qualidade do trabalho final. Sendo assim, saiba que novidades estão vindo por aí, inclusive originárias da 4ª Feira do Vinil do RJ, que será realizada amanhã (16/10), espero estar por aqui ao retornar do evento postando as fotos, como sempre faço e posteriormente postando novos discos pois a “máquina” não pode parar de funcionar. Um abraço!!!
Gostaria de ter feito essa postagem na sexta-feira passada mesmo, mas devido ao cansaço e ao trabalho não consegui. Mas, a morte de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos não poderia passar em branco aqui no Blog Cultura Cabesound. Então, mesmo com dias de atraso venho por esta postagem prestar minha singela homenagem à BILLY BLANCO, um dos precursores da Bossa Nova.
Nascido William Blanco Trindade, em Belém do Pará, em 08 de maio de 1924, desde os 10 anos de idade mostrou interesse por poesias e passou a praticá-las, principalmente nas redações escolares, que eram feitas em versos, o que lhe garantiram muitas notas 10 em português. Mostrou interesse também pela música, fazendo paródias para canções conhecidas na época.
Noel Rosa e seu parceiro Vadico foram os primeiros compositores na preferência do jovem William, que influenciado pelas melodias desses dois compositores começou a compor seus primeiros sambas, com uma clara preocupação na elaboração das letras e das melodias e, já fazia shows em quartéis, hospitais e escolas. Ao mesmo tempo, prestava Arquitetura na Escola de Engenharia do Pará. Na segunda série de engenharia civil se mudou para São Paulo em busca de um tipo de curso de Arquitetura que não era prestado no Pará. Ingressou então no Mackenzie College, uma universidade americana tradicional. Passando para o quarto ano, se mudou em definitivo para o Rio de Janeiro e se matriculou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes do Rio de Janeiro, com a ajuda do arquiteto Sérgio Bernardes, se formando Arquiteto em 1950. Nesse período de estudos foi colega de classe de um certo Antônio Carlos Jobim, que na época também já era compositor e que logo se tornaria seu parceiro em várias composições clássicas de nossa música.
Com vinda para o RJ vieram também as primeiras gravações de suas composições musicais por nomes conhecidos como Dolores Duran, Linda Batista, entre outros nomes. O primeiro grande sucesso da carreira foi ESTATUTOS DA GAFIEIRA, gravada originalmente por Inezita Barroso e posteriormente merecedora de várias regravações.
Clássica também se tornou sua parceria com Baden Powell, que rendeu composições como SAMBA TRISTE, que mereceu regravações até no exterior.
Voltando à parceria com Tom Jobim, reproduzo aqui um texto retirado do site oficial de Billy Blanco (http://www.musicabrasileira.net/billyblanco/):
“É considerado um dos precursores da Bossa Nova, pois suas canções já eram leves numa época onde reinava a dor-de-cotovelo do samba-canção. Sobre este ponto é necessário falar da Sinfonia do Rio de Janeiro – Suíte Popular em Ritmo de Samba. Composta por Billy e Tom, ambos criando letra e música, a partir de uma sugestão de Billy que, ao se deparar com a visão da Cidade Maravilhosa, de dentro de um lotação, pensou alto o tema: “Rio de Janeiro, que eu sempre hei de amar, Rio de Janeiro a montanha, sol o mar!” Na Sinfonia, o samba foi tratado como status de música erudita, antecipando o rigor camerístico com que João Gilberto abordaria o samba anos depois. Destacou-se, entre outros, o trecho Descendo o Morro, de moderna melodia cromática, e a A Montanha/O Morro, onde os dois doutores do asfalto reverenciam o samba de gente simples da favela.
Com côro, orquestra (arranjada por Radamés Gnatalli) e elenco de estrelas da voz, a Sinfonia foi um ambicioso projeto de dois jovens que, depois de longa peregrinação pelas gravadoras, conseguiram realizá-la pela Sinter em acordo com a Continental.
Era muito difícil conseguir espaço num meio onde reinavam Ary Barroso, Caymmi e Ataulfo Alves. Íam para os corredores das rádios, de violão na mão, para tentar mostrar as músicas para os artistas. Mas a Sinfonia surtiu o efeito desejado: pouco tempo depois do lançamento, todos do meio musical perguntavam quem eram aqueles dois talentosos rapazes.
Em 1964, por ocasião do arquivamento da democracia e suas liberdades no país, regime de recessão que proporcionou a vários intelectuais uma temporada de veraneio nos quartéis e no exterior, Billy, depois de pagar sua cota de inteligência reprimida, foi para Nova Iorque por sessenta dias em companhia do então governador do Rio de Janeiro, Dr. Carlos Lacerda (que logo seria também execrado pelo regime), a fim de traduzirem a peça “How to succeed in business without really trying”, que virou no Brasil “Como vencer na vida sem fazer força”. Foi Alfredo Machado, então presidente da Editora Record, que iria produzir com Oscar Ornstein a peça no Brasil, quem mandou Billy para os EUA com a incumbência de assistir quantas vezes fossem necessárias a peça, para se concretizar a adaptação ( não simplesmente a versão) das 18 músicas da peça. Os diálogos estavam a cargo de Carlos Lacerda.
Em seguida foi feito o mesmo processo para “Sound of Music” que tomou no Brasil o título de “Música, Divina Música”, esta em parceria coma Marise Murray. Escreveu para cinema e teatro, destacando-se o musical ‘Chico do Pasmado” com Aurimar Rocha – “Rio de Janeiro a Janeiro” de parceria com Tom Jobim para o show de Carlos Machado na boite Night and Day. Teve músicas em vários dos famosos “Carnavais Atlântida” filmados no Rio e no filme de Hugo Christensen “Crônica da Cidade Amada”.”
Em 1974, concluiu após 10 anos de composição a Suite Paulistana, composta por 15 canções, interpretadas por Elza Soares, Claudia, Pery Ribeiro, Claudette Soares, entre outros nomes.
Em 1995, Billy Blaco sofreu um enfarte que quase lhe tirou a vida, mas não o impediu posteriormente de seguir a carreira musical. No ano seguinte lançou o livro “Tirando de Letra a Música”, pela Editora Record.
Em Novembro do ano passado foi apresentado um espetáculo em homenagem à Billy Blanco no Teatro Rival, no RJ, baseado no CD TRIBUTO A BILLY BLANCO, produzido por Ana Duarte, esposa de Pery Ribeiro, lançado pela gravadora Leblon Records. Nessas alturas, Billy Blanco já estava internado no CTI do Hospital Pan Americano, em decorrência de um AVC sofrido 1 mês antes e, que já lhe prejudicara a fala.
O coração de Billy Blanco parou definitivamente de bater nesta sexta-feira, dia 08 de julho de 2011, foi a perda definitiva da luta contra o AVC. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Cajú, também no RJ.
O compositor se foi, mas músicas inesquecíveis como ESTATUTOS DA GAFIEIRA, TERESA DA PRAIA e MOCINHO BONITO ficarão para sempre na memória e nos corações de todos os que apreciam a boa música. Descanse em paz, Billy!!!