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sábado, 31 de dezembro de 2011

Waldir Calmon e Seu Conjunto – Feito para dançar 10 (LongPlay Rádio – 1958).


Feito para Danar 10
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Link reativado em 31/03/2015

      Na última postagem musical do ano de 2011 do  Blog Cultura Cabesound, venho com mais um LP maravilhoso do grande Waldir Calmon: FEITO PARA DANÇAR vol 10, que com certeza embalou e ainda embalará boas festas.
     Aproveito para mais uma vez deixar meu sincero agradecimento à toda a família Calmon, em especial a minha amiga Marcia Calmon, que me autorizou a fazer cada uma das postagens relacionadas a esse que sem dúvida foi um dos maiores músicos do mundo. Aproveito também para mais uma vez divulgar o lindo trabalho que Marcia vem fazendo no site sobre seu pai, um dos melhores trabalhos de pesquisa e de memória da cultura da música popular brasileira que alguém já colocou na rede, vale muito a pena visitar: http://waldircalmon.com.
     Esse foi o décimo volume da série FEITO PARA DANÇAR, na época a gravadora Rádio estava prestes a comemorar a marca de 400.000 cópias vendidas de toda a série até então, uma marca histórica se pensarmos que a indústria dos discos LongPlays ainda estava engatinhando no país. Um texto na contra-capa desse LP mostrava toda a alegria com o feito de Waldir Calmon, esse texto reproduzo aqui agora:
     “ A maior glória que uma fábrica pôde obter no Brasil, em sucesso e vendagem de disco, é incontestávelmente da “Rádio”. Não há necessidade de se escrever muito sobre a série FEITO PARA DANÇAR. Lançado o primeiro em 1953, foi o primeiro disco popular editado em 12 polegadas, além de ser o único LP, na época, especialmente para dançar. Naquele seu estilo gostoso tendo numa face 7 músicas ligadas, sem a interrupção de faixas, foi o FEITO PARA DANÇAR N° 1 o início do grande sucesso que tornaria hoje famoso WALDIR CALMON. O nome desse notável artista dispensa comentários em contra-capas. Estes estão nos 40 LPs editados pelas fábricas com quem ele trabalha.
     FEITO PARA DANÇAR n° 10 marca o máximo até aqui atingido por uma fábrica ou por um artista. É de se notar que foram 10 discos editados em 5 anos. Dez discos do seu estilo, pelo mesmo condutor. Foram 5 anos de vendagem maior que qualquer outra série! FEITO PARA DANÇAR atingirá dentro de poucos meses a casa de 400 mil discos vendidos. É uma glória que não podemos deixar de registrar. É o profundo reconhecimento ao imenso público desse fabuloso WALDIR CALMON.
     Viemos desde 1952 editando discos de dança, sem muita divulgação, sem alarde. Sempre fomos recompensados. Aqui está a prova! Aqui está o FEITO PARA DANÇAR n° 10, com WALDIR CALMON e seu Conjunto, mantendo o recorde de vendas. O público foi quem pediu! O público não quiz os imitadores, o público quer o artista que criou, por que se assim não fosse não estaria aqui este prêmio, nosso e do WALDIR CALMON.”
     Bom, então fechando de forma especialíssima o ano de 2011 do Blog Cultura Cabesound está WALDIR CALMON e toda a sua categoria de grande pianista. Aproveito assim para desejar à todos os amigos do Blog um maravilhoso 2012. Muito mais vem pela frente!!!
Músicas
Lado 1:
01- Samba do Teleco-Teco (João Roberto Kelly)
02- Cabecinha no ombro (Paulo Borges)
03- É luxo só (Ari Barroso)
04- Este é o samba (Getulio Macedo – Almeida Batista)
05- Cachito (Consuelo Velasquez)
06- Mineirinho (Paulo Nunes – Baden Powell)
Lado 2:
01- Ay! Cosita linda (P. Galan – Francisco J. Garcia)
02- Nel blu, dipinto di blu (D. Modugno – F. Migliacci)
03- Eu não existo sem você (Antonio C. Jobim – Vinicius de Morais)
04- Gondolier (Marcucci – De Angelis)
05- Tequila (Chuck Rio)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Milton Banana Trio – O Trio (IEM/Odeon – 1968).

O trio 1968
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Link atualizado em 02/04/15

     Preparativos natalinos a pleno vapor e eis que me vem a inspiração para uma postagem de um LP de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos e um dos responsáveis pelo sucesso de nossa música mundo a fora  e que pela primeira vez tem seu espaço no Blog Cultura Cabesound: Milton Banana.
Milton Banana        Nascido Antonio de Souza, no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1935, o “Rei do Ritmo”, assim como é considerado até hoje, começou a se interessar pela música muito jovem ainda, principalmente pela percussão, aprendendo logo a tocar bateria sozinho. Em 1955 iniciou carreira artística no conjunto de Waldir Calmon, se apresentando na Boate Arpége, já rebatizado artisticamente como Milton Banana. Logo ingressaria no Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, passando a se apresentar na Boate Drink. No ano seguinte passou a trabalhar com Luiz Eça na Boate do Hotel Plaza. Em 1958 faz sua primeira participação como baterista em disco, gravando nada mais nada menos que o 78RPM CHEGA DE SAUDADE, de João Gilberto, primeiro grande marco da Bossa Nova. Milton, desde então, passou a ser considerado o inventor da batida da Bossa Nova para bateria.
     Em 1962 participou do antológico espetáculo “Encontro”, produzido por Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet, no Rio de Janeiro, ao lado de nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Morais e Os Cariocas. Nesse mesmo ano acompanhou João Gilberto em sua turnê por Buenos Aires na boate 676 e ainda foi um dos músicos participantes do histórico show da Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York.
     Ainda nos Estados Unidos, no ano seguinte participou como baterista de outro álbum antológico: “Getz-Gilberto”. Trabalhou também com Astrud Gilberto e outros grandes nomes da música mundial. Nesse mesmo ano saiu em turnê por países da Europa,  como Itália e França, ao lado de João Gilberto, João Donato e Tião Neto.
     Na volta ao Brasil em 1965, cria o Milton Banana Trio, que se tornou um grupo ímpar na música brasileira exatamente porque nunca até então um baterista conduzira seu próprio grupo musical. O grupo teve várias formações em sua trajetória musical e lançou vários discos, primeiramente pela Odeon e depois pela RCA. Trabalhou também com vários artistas brasileiros em shows e gravações.
     Seu último grande show foi em 1998, na Praia de Copacabana, intitulado “Chega de Saudade”. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 15 de maio de 1999, aos 64 anos de idade. Em seu velório o que mais chamava a atenção de todos os amigos presentes era uma coroa de flores com os seguintes dizeres: “À Milton, à quem o Brasil não homenageou nem reconheceu nunca. Ass: Todos os Músicos do Brasil”. Soube-se mais tarde que essas palavras foram de João Gilberto.
     De alguma forma o Blog Cultura Cabesound faz a sua parte preenchendo um pouco essa lacuna e presta essa singela homenagem ao “Rei do Ritmo” apresentando esse O TRIO, lançado em 1968, disco com repertório de músicas em sua maioria lançamentos da época, mas que com o tempo se tornaram sucessos de primeira grandeza. O Milton Banana Trio era formado nesse disco pelo próprio Milton Banana na bateria, com o auxílio luxuoso de Wanderley no piano e Azeitona no contrabaixo. O Trio executou cada música desse álbum com uma categoria comparada aos grandes músicos do mundo, tudo isso sob a batuta do grande Milton Banana. Grande presente de Natal do Blog Cultura Cabesound à você, que sempre me dá a alegria de sua visita e que, como eu, é admirador da boa música instrumental. Deleite-se!!!

Dados do disco
Produtor Fonográfico: Indústrias Elétricas e Musicais Fábrica Odeon S/A
Equipe de produção artistico-fonográfica realizadora deste álbum:
Diretor de Produção: Milton Miranda
Diretor Musical: Lyrio Panicalli
Diretor Técnico: Z. J. Merky
Técnico de Gravação: Jorge Teixeira da Rocha
Técnico de Laboratório: Reny R. Lippi
Lay-Out: Moacyr Rocha
Fotos: Mafra

Músicas
Lado 1:
01- Samba do perdão (Baden Powell – Paulo Cesar Pinheiro)
02- Segura este samba “Ogunhê” (Oswaldo Nunes)
03- Você passa eu acho graça (Carlos Imperial – Ataulfo Alves)
04- Da cor do pecado (Bororó)
05- Bom tempo (Chico Buarque de Hollanda)
06- Mudando de conversa (Maurício Tapajós – Herminio Bello de Carvalho)

Lado 2:
01- Ultimatum (Marcos Valle – Paulo Sérgio Valle)
02- Ela desatinou (Chico Buarque de Hollanda)
03- Um novo rumo (Arthur Verocai – Geraldo Flach)
04- Retrato em branco e preto (Antonio Carlos Jobim – Chico Buarque de Hollanda)
05- Manias (Flávio Cavalcanti – Celso Cavalcanti)
06- Sá Marina (Antonio Adolfo – Tibério Gaspar)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Amelinha – Flor da Paisagem (CBS – 1977).


Amelinha 77
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Link reativado em 02/04/2015
 
      Raimundo Fagner, em crescente sucesso musical e reconhecimento do público e da crítica, ganhou créditos e liberdade artística suficientes para se tornar Diretor Musical da gravadora CBS e lançar para o mercado alguns daqueles jovens que faziam parte do chamado “Pessoal do Ceará”. Alguns nomes como Terezinha de Jesus, Ednardo e Walter Franco lançaram ótimos discos mas não seguiram uma trajetória de sucesso, mas outros nomes como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e AMELINHA ganharam notoriedade e reconhecimento.
     A primeira vez que o público ouviu a voz de AMELINHA em disco foi ainda em 1975, em participação vocal no LP Ave Noturna, lançado por Fagner na gravadora Continental. Esse FLOR DA PAISAGEM, lançado pela CBS em 1977 então não foi sua estréia em disco mas sim seu primeiro LP solo.
     A voz de AMELINHA, uma das melhores intérpretes de nossa música, emoldura com beleza e delicadeza cada uma das onze faixas do disco, que tem em Fagner uma figura de real importância na concepção do disco, desde a escolha dos músicos participantes até o repertório. No texto contido nas bordas da contra-capa e que talvez muitos não tenham reparado, Fagner expressa toda a sua felicidade com a oportunidade que teve de mostrar para o público esse emergente talento musical chamado AMELINHA. Aqui vai o texto:
     “A oportunidade de fazer este disco com a AMELINHA, para mim é fato de rara importância. Um desejo que vem desde os primeiros tempos no Sul, e que agora se concretiza. Nada tenho a acrescentar à sua voz singular e bela e ao seu bom gosto terrivelmente em dia. Uma luz, uma coisa assim… Ela não é a maior e nem a melhor, tem consciente o seu lugar e não precisa usar de artifícios para ocupar um espaço que certamente será seu. Basta olhar nos seus olhos de Bíla, puros como a noite, é claro. Agradeço a todos que estiveram envolvidos neste trabalho: Músicos, compositores, assistentes, técnicos, artistas da capa, como também a CBS, que sem dúvidas terá bastante força, tendo “essa menina” jogando pelas suas cores. Um sorriso na Galera.
                                                                                   Raimundo Fagner”.
     Este é mais um presente do Blog Cultura Cabesound, presente de primeira qualidade para você, que sempre me dá a alegria de sua visita!!!
Dados do disco:
Direção Artistica: Jairo Pires
Direção de Estudio: Fagner – Tony Bizarro – Romeu Giosa
Direção Musical: Fagner
Coordenação: Emilio Carrera
Musicos: Robertinho de Recife, Emilio Carrera, Beto Melo, Ife, Marcinho Werneck, Dudu, Luiz, Osvaldinho
Arranjos: Base – Os músicos
Sugestões: Amelinha
Destaques: Fagner (Agonia, Mal Doloroso, Pobre Bichinho)
Robertinho de Recife (Flor da Paisagem)
Cordas e Regencia: Leo Peracchi
Estudio: Eldorado – SP
Tecnicos: Flavio A. Barreira, Luis Carlos Batista, José Luis Costa
Mixagem: Flavio A. Barreira, José Luis Costa, Romeu Giosa
Capa: Fausto Nilo, Dado e Maxim
Fotos
Capa: Mauricio Albano
Contra-capa: José Albano
Musicas
Lado 1:
01- Santo e demonio (Fagner – Ricardo Torres)
02- Ponta de espinho (Ednardo)
03- A cal mar-se (Ednardo – Brandão)
04- Aprender a voar (Beto Mello)
05- Depende (Fagner – Abel Silva)
06- Cintura fina (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
Lado 2:
01- Senhora Dona (Petrucio Maia – Brandão)
02- Flor da paisagem (Robertinho de Recife – Fausto Nilo)
03- Pobre bichinho (Fagner)
04- Mal doloroso (Petrucio Maia – Pepe)
05- Agonia (Fagner)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ivan Casanova e Seus Conjuntos – Um olhar… uma dança… um amor (IEM/Imperial – 1960).

Ivan Casanova
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Link reativado em 02/04/2015

     Voltamos a falar aqui sobre música instrumental de qualidade e, ao mesmo tempo, voltamos a falar sobre grandes músicos que por problemas contratuais usavam pseudônimos para lançar seus discos por outras gravadoras entre o fim dos anos 50 e início dos anos 60.
     Esse maravilhoso disco, lançado pelo selo Imperial, pertencente à Industrias Elétricas e Musicais (IEM) Fábrica Odeon S/A apresentava ao público IVAN CASANOVA E SEUS CONJUNTOS, mas, quem era na realidade esse músico? Era o grande pianista e organista WALTER WANDERLEY que, pelo menos por esse mesmo selo Imperial além de IVAN CASANOVA lançou um disco também como MIKE FALCÃO.
Wanderley      Nascido em Recife no dia 12 de Maio de 1932, foi casado com a grande cantora Izaurinha Garcia. Se mudou para São Paulo em meados dos anos 50 e começou a trabalhar profissionalmente como pianista em bares e casas noturnas. Formou o Walter Wanderley e Seu Conjunto, em que tocava órgão e chegou a acompanhar João Gilberto e Dóris Monteiro, entre outros renomados artistas. Foi um dos músicos mais requisitados no auge da Bossa Nova, tendo seu talento reconhecido inclusive fora do Brasil. Por influência de Tony Bennett, se mudou para os Estados Unidos em 1966, de onde não mais voltaria e, lá consolidou ainda mais sua carreira musical a partir do lançamento do compacto “Samba de Verão”, de autoria de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, que alcançou o nº 2 nas paradas de sucesso do país e vendeu mais de 1 milhão de cópias. Fez muito sucesso internacionalmente também acompanhando Astrud Gilberto e, com ela dividiu os créditos pelos projetos A Certain Smile e A Certain Sadness, que muito ajudaram Walter a ter seu nome como um dos mais influentes no meio jazzistico mundial. Realizou trabalhos também com Eumir Deodato e Heraldo do Monte. Morreu em San Francisco, Califórnia, em 04 de Setembro de 1986, vítima de um câncer.
     Sob o pseudônimo IVAN CASANOVA, WALTER WANDERLEY lançou este UM OLHAR… UMA DANÇA… UM AMOR em 1960, onde mostrava que era um músico completo, executando arranjos não apenas Bossanovistas, mas também Jazz, samba e bolero com maestria ímpar. O disco é um primor de bom gosto do seu inicio ao final e é o novo presente que o Blog Cultura Cabesound oferece à você, amigo(a), que está visitando esta página e sempre me dá a alegria de seu prestígio.

Dados do disco

Foto da Capa: F. Pereira
Layout: Cesar

Músicas

Lado 1:
01- The man i love (George & Ira Gershwin)
02- Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim – Vinicius de Morais)
03- El reloj (Roberto Cantoral)
04- Love is the tender trap (Sammy Cahn – James Van Heussen)
05- Angustia (Orlando Brito)
06- On the sunny side of the street (Dorothy Fields – Jimmy McHugh)

Lado 2:
01- O apito no samba (Luiz Bandeira)
02- Aquejos ojos verdes (Nilo Menendez – Adolfo Utrera)
03- No taboleiro da baiana (Ary Barroso)
04- Stormy weather (Harold Harlen – Ted Koehler)
05- As pastorinhas (Noel Rosa – João de Barro)
06- Te quiero dijiste (Maria Grever – Charles Pasquale).

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Ronnie Von (CBD/Polydor – 1973).

Ronnie 73
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Link reativado em 09/01/2013

     Mais uma vez RONNIE VON marca presença aqui no CULTURA CABESOUND, desta vez com o LP que marcou o fim de sua passagem pela CBD, no ano de 1973.
     Ao contrário do que muitas pessoas dizem por aí, este disco, junto ao lançado em 1972 (já postado no Blog), não tem nada de brega. Tudo bem que, com a tentativa fracassada de usar em seu repertório um estilo mais voltado ao Psicodelismo, inicialmente em Ronnie Von nº 3 (1967) e finalizado em A MÁQUINA VOADORA (1970), Ronnie passou a gravar discos, como ele mesmo declarou em entrevistas, para cumprir contratos, deixando na maioria das vezes de gravar o que ele mesmo gostaria. A verdade é que, o Ronnie destes dois LP’s (72 e principalmente este de 73) trazia consigo talvez um pouco de revolta por não poder seguir um caminho musical que ele almejava, e, essa revolta passou a ser usada em prol de suas interpretações, dando-lhes um estilo mais rocker, mais vigoroso. Esse LP é um belo exemplo disso.
     Arnaldo Saccomani, diretor de produção dos discos de Ronnie desde A MÁQUINA VOADORA e testemunha pessoal da tal tentativa frustrada de mudanças de rumo musical, pois trabalhou com ele desde o primeiro LP lançado em 1966, nesse disco aqui parece ter dito a Ronnie, em tom de incentivo: “- A gravadora te sacaneou, te boicotou, agora que você está de saída vou lhe oferecer todas as armas para você dar o troco à eles (CBD). Dê o melhor da sua interpretação e mostre o que eles estão perdendo!!!”. Saccomani então caprichou na produção do disco e, Ronnie se “entregou de corpo e alma” na interpretação das músicas, mesmo aquelas que possivelmente não eram do seu agrado, mas que tinham apelo comercial, gerando então um dos melhores LP’s de sua carreira.
     O grande sucesso radiofônico do disco foi “Banda da Ilusão”, de autoria de Alberto Luiz, música esta notadamente um retorno ao estilo “A praça”. “Gira-girou”, de Adilson Godoy, foi uma repetição ainda mais caprichada e cheia de guitarras do sucesso “Cavaleiro de Aruanda”, de 1972. Ronnie dá início aqui a uma parceria de sucesso com Tony Ozanah, que foi um dos membros do conjunto Beat Boys (que acompanhou Ronnie em algumas faixas de Ronnie Von nº 3) e foi também autor de “Cavaleiro de Aruanda”. O saudoso Zé Rodrix deu sua luxuosa contribuição em dois arranjos musicais: no rockasso “(As coisas vão e voltam) mas acabam em Rock and Roll” e em mais 3 belíssimas faixas e deu à Ronnie o privilégio de gravar “Essas coisas acontecem sempre”, música de sua autoria em parceria com Tavito (Zé Rodrix tem participação especial não creditada na faixa, pois é dele a contagem inicial contida nessa gravação). O grande Ivan Lins também contribuiu com o arranjo musical e a composição, em parceria com Ronaldo Monteiro de Souza, do gospel “Velho sermão”.
     Ou seja, é um disco com vários elementos que agradam ao ouvinte do início ao fim e que com certeza irão agradar a você, que curte boa música e que nesse momento está lendo essa postagem e não perderá a oportunidade de conhecer mais um pouco da carreira do “Pequeno Príncipe”. Mais um presente do Blog CULTURA CABESOUND!!!

Dados do disco

Direção de Produção: Arnaldo Saccomani
Direção de estúdio: Arnaldo Saccomani, Zédu, Marco Antonio Galvão
Técnico de gravação: Marcus Vinicius, Flavinho Augusto
Estudio: Eldorado – São Paulo
Arranjos: Zé Rodrix “Essas coisas acontecem sempre” e “(As coisas vão e voltam) mas acabam em Rock and Roll”; Zé Paulo Soares “Banda da ilusão” e “Você se foi”; Ivan Lins “Velho sermão”; Capacete “Amores perdidos no ar”, “Deus Sul-Americano” e “Ana Maria”; William Verdaguer “Linda morena”; Tony Ozanah “Gira-girou”, “Os frutos do amor” e “Santa Maria”.
Corte: Joaquim Figueira
Todas as fotos: Peninha Imagem

Músicas

Lado 1:
01- (As coisas vão e voltam) mas acabam em Rock and Roll (Ronnie Von – Tony Ozanah)
02- Banda da ilusão (Alberto Luiz)
03- Gira-girou (Adilson Godoy)
04- Velho sermão (Ivan Lins – Ronaldo Monteiro de Souza)
05- Linda morena (William Verdaguer)
06- Deus Sul-Americano (Ronnie Von – Tony Ozanah)

Lado 2:
01- Santa Maria (Ronnie Von – Tony Ozanah)
02- Você se foi (Helio Matheus)
03- Essas coisas acontecem sempre (Zé Rodrix – Tavito)
04- Ana Maria (Arnaldo Saccomani)
05- Amores perdidos no ar (Ronnie Von – Tony Ozanah)
06- Os frutos do amor (Tony Ozanah).

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

Zé Rodrix – Quando Será? (Emi-Odeon – 1977).

Quando ser
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Link reativado em 30/03/2015

     Trago hoje no Cultura Cabesound mais um grande sucesso do inesquecível ZÉ RODRIX: QUANDO SERÁ?, lançado em 1977, que teve Direção de Produção de Miguel Plopschi e Arranjos de Miguel Cidras, e, como é citado na contra-capa, a inestimável e total colaboração de Roberto Livi.
     O texto que apresentarei aqui foi escrito pelo próprio Zé Rodrix originalmente em Castelhano e publicado no envelope interno do LP. Nesse texto poderão ser identificados técnicos e músicos que participaram da concepção desse trabalho num todo. É um texto de fácil tradução, por isso o reproduzo aqui na íntegra, também em Castelhano:
     “(notas de un caderno de viagem)
     Y en la capa una foto de un hombre con su traje de domingo / y se passaran casi 3 meses entre composición, grabación y mixagem / y se debe dançar, pero se debe pensar / y Milton Miranda fue el Director Artistico / y devemos tener muchas  frutas tropicales , pero nunca bananas,  que són frutas muy esclavas / y Mihail Plopschi hice la Dirección / y tomamos casi 120 horas para el trabajo de studio / y Roberto Livi fué la más indispensable de todas las figuras / y el traje deve ser blanco-paz-futura / y gracias a la cocina, con Paulo César, Luizão, Paulinho Braga con sus botinas, Hermes, su successor Ariovaldo, el galante Dazinho, Augusto Cesar, Marcello Sussekind, Cláudio Gabis, con ricas vibracciones de su sitar fantástico / y QUANDO SERÁ que estaremos todos como el hombre  de la capa / y los técnicos fueron el nocturno Roberto y el vespertino Dacy / y todos conocen al menos un DONO DA VERDADE, porque lo veen casi siempre, en la calle, en la casa, en la oficina, en la televisión (entre el Jornal Nacional y la novela de las ocho) / y Miguel Cidras hice ricos arranjos para completar el clima / y usted conosceun chico como ese de QUANDO SERÁ?, porque lo encuentra en las quintas-feiras a la noche quando ambos están haciendo sus apuestas en la Loteria Esportiva y conoci  el fantástico Pinochio, con mil histórias de una Latinoamérica ativa y no passiva / y la mixagen tomó 2 semanas y otros tantos dias , con Serginho en los botones , bajo la engenharia de Jorge Teixeira y eventuales comentários de Nivaldo / y a mi no me griten, porque el estranjero servirá el nacional, como el antigo sirve el nuevo / y yo vi esse niño muy loco en la puerta de su ex-namorada gritando DEVOLVE MEUS LP’S con todas sus fuerzas  / y Osmar hice el corte, con una santa paciência / y ahi entra el gorilla / y todos hablan de los ANIMAIS, sin saber que estamos en la misma jaula / y Carlinhos, Dudú, Ralph, Rita, Heleninha,  Vivian, juntamiente con José Luiz  cantaran todo gracias a el expresso ferroviário Rio de Enero – San Pablo / y Salmiro Sardiña llevo las letras y devolvió buenas nuevas / y Pinochio és otra de las personas muy simpáticas que Roberto Livi tornó indispensable / y la ARCA DE NOÉ és una tentativa de salvar, a lo menos, mis valores de formación , con vistas a un dilúvio que no sé, no sé… / y Paulo Moura hice un lindo solo de sax, 50% modernito, 50% recuerdo de Dancing Avenida, y el resto puro corazón / y Ladimar, el peruano, montó las fitas y el disco, para que tuviera un orden menos lógico-formal / y ÁGUA QUE NÃO VAIS BEBER és una guajira, con una letra intencionalmente bucólica y campesina / y gracias a George Amiden por la melodia de CASAMENTO, ese hino de la classe média anterior a la maioria virtual / y a mi no me griten, porque soy un utilitarista / y Miguel Cidras,  arranjador, tocó muchos pianos y clavinetas y tumba’candombe y se olvidó que después de 3 viene 4 / y EU NÃO FUI BANDIDO O TEMPO TODO és una defesa del marido de essas mujeres que todos conocimos / y los músicos de la Orquestra Cubanacan de Ritmos Latinos, participantes en el disco, son: el spalla Pareschi, Zé Alves, Aizik, Piersanti, Carlos Eduardo, Walter Hack, Pascualino (violinos), Penteado, Stephany, Murillo, Zé Lana (violas), Peter, Alceu (cellos), Sandrino (baixo), Maurílio, Heraldo, Mozart (trumpetes), Zé Bodega, Juarez, comendador Aurino (saxofones), Paulo Moura (sax alto y soprano), Jorginho (sax alto y flautin), Edmundo Maciel, Jessé, João Luiz, Macaxeira (trombones), Svab, Toninho (trompas) muy salerosos / y BAILA SALSA és un brasileño perplexo porque, para hacer amor con la portoriqueña , tuve que hacerlo en inglés, por razones que, no sé, no sé, no sé… / y Paulo Roberto hice la capa con una sola mano, porque Alexandre la fotografó con várias, gracias a Edison (Le Mabese) y Pepita, la Visagista / y FOI VOCÊ QUEM NOS APRESENTOU es un caso verdadero que comigo se pasó / y gracias a Toninho y Formiga por la sonoplastia / y SE O CANTOR CALAR és un homenagen a Chico Buarque de Hollanda, a quien admiro como el homble que sabe decir, y siempre lo dice / y a mi no me griten, porque digo las cosas, porque digo las cosas bajo una cara alegre y dançante, pero digo de la misma manera / y gracias a Livi / y gracias a Norma, con todo su cariño, consciência, amor, certeza de un futuro mejor, apoyo, una casa linda, paz de espiritu, camaraderia, antúrios, palabras certas, análise, más amor, vida / y GUANTANAMERA resume todo / y Mihail Plopschi y Miguel Cidras y Pinochio / y Marya, Jo-Joy, Marcella, Monik y Marcos (presidente del Club de Los Amigos de Ramayana) / y no frustre un músico, porque así lo transforma en crítico de música, /  no sintetizadores, again / y viva Nonato con sú café / Y NO NOS OLVIDÉS QUE EL BRASILEÑO ÉS LA LENGUA MAS LINDA DE TODO EL MUNDO / y, como forma és ferramienta a mí no me gríten, porque lo que importa és el objetivo, no la manera / y indigna-te con lo que no te agrada / y eres muy hermano, aún que no locreas / y el Brasil és mucho maior que la soma de sus partes / y existe una Latino América mucho maior que la soma de sus partes / y un hombre sin brazos, o piernas, o ojos és un hombre / y un hombre sin ideas o lengua, no lo és / y viajar por esta tierra nos puede enseñar muchissimo, quando se conosce los habitantes / y hay vida inteligente en los propietários? /  
                                                                                            18 Jul 1977
                                                                                                                            Zé Rodrix “.
     Mais um presente para você, que me dá a alegria de visitar o Blog Cultura Cabesound à procura de música de qualidade!!!
Músicas
Lado 1:
01- Quando será (Zé Rodrix – Livi)
02- Eu não fui bandido o tempo todo (Zé Rodrix – Livi)
03- Arca de Noé (Zé Rodrix)
04- Devolve meus LP’s (Zé Rodrix – Livi)
05- Guantanamera (Wolfe – Marti)
06- Casamento (Zé Rodrix – Jorge Amiden)
Lado 2:
01- O dono da verdade (Zé Rodrix – Livi)
02- Animais (Zé Rodrix – Lamis)
03- Foi você quem nos apresentou (Zé Rodrix – Ramos)
04- Baila salsa (Zé Rodrix – Miguel)
05- Água que não vais beber (Zé Rodrix – Livi)
06- Se o cantor calar (Zé Rodrix – Felipe)

sábado, 5 de novembro de 2011

Trilha Sonora Original da Novela O Primeiro Amor (Som Livre - 1972)

OPrimeiroAmor

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Link reativado em 02/04/15

     Voltando à ativa após algum tempo sem atualizações, decidi que o post desse retorno seria de mais uma trilha sonora de novela. Dessa vez o Blog Cultura Cabesound relembra um dos grandes sucessos televisivos do início da década de 70: O PRIMEIRO AMOR, novela de autoria de Walter Negrão e dirigida por Walter Campos e Régis Cardoso, exibida na REDE GLOBO DE TELEVISÃO de 24 de janeiro a 17 de outubro de 1972, totalizando 228 capítulos. Foi a primeira novela das 19 hrs a ter também uma trilha sonora internacional. Mas, o que o Blog apresenta à vc, amigo(a) que está nesse instante nos visitando é a trilha sonora nacional, toda composta por Antonio Carlos e Jocafi, com algumas parcerias com Ildázio Tavares, incluindo o tema de abertura.

     
     A história (trama) principal da novela era focada no personagem Prof. Luciano Lima, vivido pelo ator Sérgio Cardoso. Ele chegou à cidade fictícia de Nova Esperança para assumir a direção de um colégio. Viúvo, ele contratou a governanta Paula (Rosamaria Murtinho) para tomar conta de seus 4 filhos: Junior (Herivelto Martins Jr), Babi (Suzana Gonçalves), Zizi (Rosana Garcia) e Rui (Marco Nanini). Luciano e Paula acabaram por se apaixonar, mas o romance encontrou forte resistência dos filhos, principalmente de Babi, a filha mais rebelde.

     No colégio, o Prof. Luciano também encontrava dificuldades, pois sua antiga namorada, a professora de inglês Maria do Carmo, vivida por Tônia Carrero, fazia o que estava ao seu alcance para lhe tirar o cargo de diretor. Alunos desajustados e rebeldes, liderados pelo motoqueiro Rafa (Marcos Paulo) também eram a dor de cabeça de Prof. Luciano, pois tumultuavam completamente o ambiente escolar. Para ajudar o Prof. Luciano a lidar com esse problema, surgiu a psicóloga Giovana (Aracy Balabanian). No decorrer da trama, formou-se um triângulo amoroso entre Luciano, a governanta Paula e a psicóloga.

    Mas era na oficina de bicicletas de Nova Esperança que trabalhava uma dupla de personagens que acabou por se tornar a mais querida da trama: Shazan e Xerife. Shazan (Paulo José) era um dos filhos de Seu Quinzinho (Sadi Cabral) e Dona Julia (Elza Gomes) e Xerife (Flávio Migliaccio) era o seu melhor amigo. Juntos criaram invenções malucas como a "camicleta", cruzamento de caminhão com bicicleta. Na camicleta a dupla deixou Nova Esperança no final da novela, iniciando uma jornada em busca da peça mágica que permitiria aos dois a construção de uma bicicleta voadora. A dupla Shazan e Xerife era responsável pelos momentos mais engraçados da trama, tornando os personagens muito queridos principalmente pelo público infantil, tamanho sucesso deu à dupla um seriado próprio: SHAZAN, XERIFE & CIA, também exibida na REDE GLOBO, entre o final de 1972 e 1974. A dupla de personagens retornou em um capitulo da novela ERA UMA VEZ (1998), também escrita por Walter Negrão, como uma forma de homenagear os atores Paulo José e Flávio Migliaccio.

    Durante a trama de O PRIMEIRO AMOR um fato abalou elenco e público: Faltando apenas 28 capitulos para o final da novela, no dia 18 de agosto de 1972 um ataque do coração tirou a vida do ator Sérgio Cardoso, o Prof. Luciano. Leonardo Villar, amigo pessoal de Sérgio Cardoso ainda dos tempos do teatro de comédia, foi o ator escolhido para viver o Prof. Luciano nos capitulos que restavam. A novela também marcou a estréia de Aracy Balabanian na REDE GLOBO, após o sucesso de seus personagens nas novelas da TV TUPI, principalmente na novela NINO, O ITALIANINHO.

     A trilha sonora apresentada aqui no CULTURA CABESOUND é de muito bom gosto. Toda composta pela dupla Antonio Carlos e Jocafi, famosa por sua participação no Festival Internacional da Canção de 1971 com a música DESACATO e sucesso absoluto de execução nas rádios do país naquele ano de 1972 com o samba VOCÊ ABUSOU. A trilha incluia também parcerias da dupla com Ildázio Tavares, como o tema de abertura da novela, interpretada pelo QUARTETO FORMA. Mais um presente de qualidade do Blog CULTURA CABESOUND.

FICHA TÉCNICA DA NOVELA "O PRIMEIRO AMOR":

NOVELA DE Walter Negrão
SUPERVISÃO DE Daniel Filho e Ziembiski
DIREÇÃO DE Regis Cardoso
CORDENAÇÃO DE PRODUÇÃO Luiz Nardini
ASSISTENTE DE PRODUÇÃO Roberto Brandão
EDITOR DE TV Ubiratan Martins
DIRETOR DE ARTE Mario Monteiro
CENOGRAFIA Ricardo Teixeira e Lenin Peñna
MAQUIAGEM Erick Rzepecki
SUPERVISÃO DE OPERAÇÕES Alpheu de Azevedo
FIGURINOS Carlos Gil
SONOPLASTA Roberto Rozemberg
DIREÇÃO DE TV Reinaldo Boury

ELENCO: Sergio Cardoso, Tônia Carreiro, Paulo José, Rosamaria Murtinho, Nívea Maria, Sadi Cabral, Jardel Mello, Roberto Pirillo, Djenane Machado, Rosana Garcia, Herivelto Martins Filho, Ângelo Antonio, Sergio Mansur, Marcos Paulo, Renata Sorrah, Elza Gomes, Suzana Gonçalves, Reinaldo Gonzaga, Murilo Nery, João Luiz, Ubiratan Martins, João Zacharias, Marco Nanini.
PARTICIPAÇÃO ESPECIAL: Célia Biar e Flávio Migliaccio como XERIFE.

FICHA TÉCNICA DA GRAVAÇÃO:

COORDENAÇÃO GERAL João Araujo
PRODUÇÃO MUSICAL Eustaquio Sena
ARRANJOS Walter Branco
LAYOUT Joel Cocchiararo 

Músicas

Lado 1:

01- Hey Shazan - Osmar Milito e Quarteto Forma (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)

02- Desmazêlo - Maria Creuza (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)

03- Mariana - Eustaquio Sena (A. Carlos - Jocafi)

04- Perambulando - Golden Boys (A. Carlos - Jocafi)

05- Cada segundo - Os Vips (A. Carlos - Jocafi)

06- O primeiro amor - Quarteto Forma (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)


Lado 2:

01- Encabulada - Osmar Milito e Quarteto Forma (A. Carlos - Jocafi)

02- Distorção - João Luiz (A. Carlos - Jocafi - Renato Lobo)

03- Saque saque - Betinho (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)

04- Fogo de lenha - Jacks Wu (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)

05- Podes crer - Osmar Milito e Quarteto Forma (A. Carlos - Jocafi)

06- Cadê você - Luis Roberto (A. Carlos - Jocafi)

07- Amarelinha - Paulo José e As Menininhas do Colégio (A. Carlos - Jocafi - I. Tavares)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

4ª Feira do Vinil do RJ… mas uma vez não me decepcionei!!!

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     Mais uma Feira do Vinil do RJ foi realizada neste domingo (16/10). Pude mais uma vez estar pessoalmente lá e, mais uma vez não me decepcionei e concerteza todas as pessoas que estiveram lá também não se decepcionaram com a quantidade de relíquias musicais e todas as novidades expostas. Dessa vez, a Feira não teve a presença física de MARCOS “SPACECAKE” OLIVEIRA, falecido em 12 de agosto, idealizador da Feira do Vinil do RJ. Mas ele não deixou de estar presente em homenagens em forma de Flyers que mostravam em fotos e textos detalhados um pouco da sua vida e da sua importância no “universo do vinil”.

 

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     Graças a Marcos, a Feira já se tornou uma tradição, sendo realizada de 5 em 5 meses e fazendo a alegria dos amantes do “bolachão”. Eu, igualmente a todos esses admiradores do som e da arte do bom vinil, pude conferir de perto vários ítens de colecionador, novos toca-discos e lançamentos em vinil. Pude testemunhar o ressurgimento do selo ROZENBLIT, com várias reedições de prensagem importada de alta qualidade e conheci também um pouco do trabalho do selo VINYL LAND, voltado a lançamentos em LP e compactos de músicos do chamado Underground tupiniquim, todos em vinil importado de alta qualidade, de quebra adquiri um compacto da banda DO AMOR, com uma regravação muito legal de LINDO LAGO DO AMOR, de GONZAGUINHA. Cadastrei também meu e-mail no site do selo e ganhei de brinde um bótom.

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     Mais uma vez a boa presença de público foi um dos pontos altos da Feira (me desculpem a foto desfocada!):

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     Livros também tiveram seu espaço na Feira:

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     Tive a oportunidade de adquirir um OFF THE WALL, do MICHAEL JACKSON, original importado:

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     Novos toca-discos em exposição:

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     Para provar que pelo menos no exterior a fabricação de vinis nunca parou, olha eu aqui com uma cópia de BORN THIS WAY, da LADY GAGA:

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     A grande ausência dessa vez, para mim, foi a POLYSOM, que não colocou seu stand na Feira. Tinha a vontade de adquirir pelo menos 1 lançamento nacional da fábrica, mas vou ter de aguardar uma próxima oportunidade. No mais, fica aqui meu registro e todos os meus elogios possíveis  aos organizadores da 4ª feira do Vinil do RJ, que demonstraram mais uma vez que o vinil nunca morreu no coração dos verdadeiros aficcionados pela boa música. Fica registrado também todo meu agradecimento in memorian à MARCOS “SPACECAKE” OLIVEIRA, pois sem a sua cabeça pensante talvez nenhuma dessas Feiras seriam realizadas com todos esses detalhes e com todo esse carinho. E que venha a 5ª Feira do Vinil em abril de 2012, pois já estou fazendo contagem regressiva!!!

sábado, 15 de outubro de 2011

Não é relaxamento…

     Estou devendo uma explicação para você, amigo(a) que nesse instante me dá o prazer da sua visita ao Blog. O título dessa postagem por sí só já justificaria resumidamente a falta de novas postagens mas, seria um trabalho de preguiçoso e até uma falta de respeito à você deixar de justificar detalhadamente a ausência.

     Bom, meu computador titular me deixou “na mão” literalmente escrevendo. Estou agora reaprendendo a trabalhar com um computador de 256 mega de memória RAM, sem ele não estaria postando essa justificativa (aproveito para agradecer ao amigo Caio pela cessão desse PC) numa época em que novos PC’s não saem das lojas com um mínimo de 2 GB de memória RAM. Estou tendo que me adaptar a novos programas com menos recursos que antes, mas mesmo assim não menos eficientes. Se antes eu usava um Sound Forge para digitalizar meus discos, agora usarei GoldWave, que ocupa bem menos espaço no PC, mas que pelos testes feitos não deixa cair a qualidade do trabalho final. Sendo assim, saiba que novidades estão vindo por aí, inclusive originárias da 4ª Feira do Vinil do RJ, que será realizada amanhã (16/10), espero estar por aqui ao retornar do evento postando as fotos, como sempre faço e posteriormente postando novos discos pois a “máquina” não pode parar de funcionar. Um abraço!!! 

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Vem aí a 4ª Feira do Vinil do RJ!!!


     Tá chegando o dia de mais uma Feira do Vinil. Estarei lá "pescando" mais algumas pérolas fonográficas para a minha coleção. Estarão expostos LP's, compactos, vitrolas, acessórios, memorabília & outros quitutes do universo musical. Presença também de DJ's e um show especial de encerramento, além de sorteio de brindes. Conto também com a presença de você, amigo do Blog CULTURA CABESOUND!!!

Local: CIB (Clube Israelita Brasileiro). A partir das 12:00hrs. Entrada Franca.
Endereço: Rua Barata Ribeiro, nº 489, próximo à Rua Santa Clara e ao metrô Siqueira Campos (saída Figueiredo de Magalhães).

sábado, 10 de setembro de 2011

Manito (1943 - 2011)





     A música brasileira hoje ficou órfã de mais um grande músico: MANITO, multinstrumentista que ficou célebre como um dos componentes do grupo OS INCRÍVEIS e, que nos anos 70 deu também sua contribuição com o rock progressivo nacional como um dos componentes da banda O SOM NOSSO DE CADA DIA.
     Nascido Antonio Rosas Sanches, em 05 de abril de 1943 na Espanha, MANITO, como ficou conhecido logo na infância, já era considerado um "Menino Prodígio" pois já se apresentava tocando bateria na orquestra de seu pai. Se mudou definitivamente para o Brasil aos 9 anos de idade e logo foi convidado para tocar com a Orquestra da Rádio Cultura de São Paulo, com enorme sucesso.
     Já plenamente adaptado ao Brasil, ainda na adolescência formou com suas irmãs seu primeiro grupo musical, chamado de LOS HERMANITOS. Anos depois, ingressou como baterista no grupo THE JORDANS. Entre seus componentes estava o guitarrista Mingo, que junto a Manito, ao Baterista Netinho, o guitarrista Risonho e o baixista Neno o formariam pouco tempo depois o grupo THE CLEVERS, que, contratados pela gravadora Continental em 1962 se tornou um dos grandes sucessos musicais da era "Pré-Jovem Guarda. O sucesso do grupo rendeu convites para várias apresentações inclusive fora do país, apresentações estas que incluiríam acompanhamentos à grande estrela da música jovem italiana da época: Rita Pavone. Problemas contratuais fazem com que o nome do grupo seja mudado para OS INCRÍVEIS e, com a entrada do baixista Nenê, assumindo o posto que era de Neno, o grupo alça võos ainda mais altos na escala do sucesso, que culmina com a ida para a RCA VICTOR e o lançamento, no ano de 1967, do LP PARA OS JOVENS QUE AMAM OS BEATLES, ROLLING STONES E... OS INCRÍVEIS, que trouxe entre outras canções os clássicos "Era um garoto que como eu amava os Beatles e os Rolling Stones" e "O milionário". 
     Em 1970, Manito lança seu primeiro disco solo, intitulado sugestivamente de O INCRÍVEL MANITO, com uma forte influência instrumental da Black Music.
     Em 1973, com a pausa das atividades de OS INCRÍVEIS, Manito ingressa no grupo de Rock Progressivo O SOM NOSSO DE CADA DIA, que se torna um dos grandes grupos nacionais de todos os tempos. Teve também uma breve passagem pelo grupo OS MUTANTES, em substituição a Arnaldo Batista.
     Manito, durante toda a sua carreira, foi muito requisitado para participações musicais em shows e discos de outros músicos. Em FRUTO PROIBIDO, um dos grandes sucessos fonográficos da carreira de Rita Lee, o solo de sax de Manito se faz presente principalmente em ESSE TAL DE ROCK N' ROLL. Anos mais tarde também deu sua contribuição luxuosa no DVD ACÚSTICO MTV do grupo ULTRAJE A RIGOR. 
     Em 2006, Manito começa a mais dura batalha de sua vida, quando descobre um câncer na laringe. O tratamento o faz acreditar que estaria livre para sempre da doença. O músico retoma a carreira se apresentando solo, ou em reuniões de OS INCRÍVEIS e O SOM NOSSO DE CADA DIA. Mas, em 2010 o tumor retorna. Mesmo em meio ao tratamento Manito segue firme a carreira, mas já dá sinais de que a sua saúde estava abalada, pois o tumor vinha se alastrando para o estômago e para a pele. Em maio deste ano o músico passou por uma cirurgia. A batalha de Manito contra o câncer teve seu último capítulo neste dia 09 de setembro, as 14 hrs, quando veio a falecer em sua residência, em São Paulo. O velório está sendo realizado no Cemitério de Araçá. O enterro será realizado neste dia 10 de setembro, as 15 hrs no Cemitério Horto Florestal (SP).
     O Blog CULTURA CABESOUND não poderia deixar de prestar esta homenagem à este que, sem sombra de dúvidas, foi um dos grandes músicos do mundo. Descanse em paz, INCRÍVEL MANITO!!!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Billy Blanco (08 / 05 / 1924 - 08 / 07 / 2011)

 

     Billy Blanco

    

    

     Gostaria de ter feito essa postagem na sexta-feira passada mesmo, mas devido ao cansaço e ao trabalho não consegui. Mas, a morte de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos não poderia passar em branco aqui no Blog Cultura Cabesound. Então, mesmo com dias de atraso venho por esta postagem prestar minha singela homenagem à BILLY BLANCO, um dos precursores da Bossa Nova.

     Nascido William Blanco Trindade, em Belém do Pará, em 08 de maio de 1924, desde os 10 anos de idade mostrou interesse por poesias e passou a praticá-las, principalmente nas redações escolares, que eram feitas em versos, o que lhe garantiram muitas notas 10 em português. Mostrou interesse também pela música, fazendo paródias para canções conhecidas na época.

     Noel Rosa e seu parceiro Vadico foram os primeiros compositores na preferência do jovem William, que influenciado pelas melodias desses dois compositores começou a compor seus primeiros sambas, com uma clara preocupação na elaboração das letras e das melodias e, já fazia shows em quartéis, hospitais e escolas. Ao mesmo tempo, prestava Arquitetura na Escola de Engenharia do Pará. Na segunda série de engenharia civil se mudou para São Paulo em busca  de um tipo de curso de Arquitetura que não era prestado no Pará. Ingressou então no Mackenzie College, uma universidade americana tradicional. Passando para o quarto ano, se mudou em definitivo para o Rio de Janeiro e se matriculou na Faculdade de Arquitetura e Belas Artes do Rio de Janeiro, com a ajuda do arquiteto Sérgio Bernardes, se formando Arquiteto em 1950. Nesse período de estudos foi colega de classe de um certo Antônio Carlos Jobim, que na época também já era compositor e que logo se tornaria seu parceiro em várias composições clássicas de nossa música.

     Com vinda para o RJ vieram também as primeiras gravações de suas composições musicais por nomes conhecidos como Dolores Duran, Linda Batista, entre outros nomes. O primeiro grande sucesso da carreira foi ESTATUTOS DA GAFIEIRA, gravada originalmente por Inezita Barroso e posteriormente merecedora de várias regravações.

     Clássica também se tornou sua parceria com Baden Powell, que rendeu composições como SAMBA TRISTE, que mereceu regravações até no exterior.

     Voltando à parceria com Tom Jobim, reproduzo aqui um texto retirado do site oficial de Billy Blanco (http://www.musicabrasileira.net/billyblanco/):

     “É considerado um dos precursores da Bossa Nova, pois suas canções já eram leves numa época onde reinava a dor-de-cotovelo do samba-canção. Sobre este ponto é necessário falar da Sinfonia do Rio de Janeiro – Suíte Popular em Ritmo de Samba. Composta por Billy e Tom, ambos criando letra e música, a partir de uma sugestão de Billy que, ao se deparar com a visão da Cidade Maravilhosa, de dentro de um lotação, pensou alto o tema: “Rio de Janeiro, que eu sempre hei de amar, Rio de Janeiro a montanha, sol o mar!”  Na Sinfonia, o samba foi tratado como status de música erudita, antecipando o rigor camerístico com que João Gilberto abordaria o samba anos depois. Destacou-se, entre outros, o trecho Descendo o Morro, de moderna melodia cromática, e a A Montanha/O Morro, onde os dois doutores do asfalto reverenciam o samba de gente simples da favela.
     Com côro, orquestra (arranjada por Radamés Gnatalli) e elenco de estrelas da voz, a Sinfonia foi um ambicioso projeto de dois jovens que, depois  de longa peregrinação pelas gravadoras, conseguiram realizá-la pela Sinter em acordo com a Continental.
     Era muito difícil conseguir espaço num  meio onde reinavam Ary Barroso, Caymmi e Ataulfo Alves. Íam para  os corredores das rádios, de violão na mão, para tentar mostrar as músicas para os artistas.  Mas a Sinfonia surtiu o efeito  desejado: pouco tempo depois do lançamento, todos do meio musical  perguntavam quem eram aqueles dois talentosos rapazes.

     Em 1964, por ocasião do arquivamento da democracia e suas liberdades no país, regime de recessão que proporcionou a vários intelectuais uma temporada de veraneio nos quartéis e no exterior, Billy, depois de pagar sua cota de inteligência reprimida, foi para Nova Iorque por sessenta dias em companhia do então governador do Rio de Janeiro, Dr. Carlos Lacerda (que logo seria também execrado pelo regime), a fim de traduzirem a peça “How to succeed in business without really trying”, que virou no Brasil “Como vencer na vida sem fazer força”. Foi Alfredo Machado, então presidente da Editora Record, que iria produzir com Oscar Ornstein a peça no Brasil, quem mandou Billy para os EUA com a incumbência de assistir quantas vezes fossem necessárias a peça, para se concretizar a adaptação ( não  simplesmente a versão) das 18 músicas da peça. Os diálogos estavam a cargo de Carlos Lacerda.
      Em seguida foi feito o mesmo processo para “Sound of Music” que tomou no Brasil o título de “Música, Divina Música”, esta em parceria coma Marise Murray.  Escreveu para cinema e teatro, destacando-se o musical ‘Chico do Pasmado” com Aurimar Rocha – “Rio de Janeiro a Janeiro” de parceria com Tom Jobim para o show de Carlos Machado na boite Night and Day.  Teve músicas em vários dos famosos “Carnavais Atlântida” filmados no Rio e no filme de Hugo Christensen “Crônica  da Cidade Amada”.”

     Em 1974, concluiu após 10 anos de composição a Suite Paulistana, composta por 15 canções, interpretadas por Elza Soares, Claudia, Pery Ribeiro, Claudette Soares, entre outros nomes.

     Em 1995, Billy Blaco sofreu um enfarte que quase lhe tirou a vida, mas não o impediu posteriormente de seguir a carreira musical. No ano seguinte lançou o livro “Tirando de Letra a Música”, pela Editora Record.

     Em Novembro do ano passado foi apresentado um espetáculo em homenagem à Billy Blanco no Teatro Rival, no RJ, baseado no CD TRIBUTO A BILLY BLANCO, produzido por Ana Duarte, esposa de Pery Ribeiro, lançado pela gravadora Leblon Records. Nessas alturas, Billy Blanco já estava internado no CTI do Hospital Pan Americano, em decorrência de um AVC sofrido 1 mês antes e, que já lhe prejudicara a fala.

     O coração de Billy Blanco parou definitivamente de bater nesta sexta-feira, dia 08 de julho de 2011, foi a perda definitiva da luta contra o AVC. Seu corpo foi cremado no Cemitério do Cajú, também no RJ.

     O compositor se foi, mas músicas inesquecíveis como ESTATUTOS DA GAFIEIRA, TERESA DA PRAIA e MOCINHO BONITO ficarão para sempre na memória e nos corações de todos os que apreciam a boa música. Descanse em paz, Billy!!!

sábado, 25 de junho de 2011

Pierre Kolmann e Seu Conjunto – Para Dançar (Musidisc – 1957).


Para dançar
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Link reativado em 18/08/2015
  
    Mais música instrumental de qualidade aqui no Blog Cultura Cabesound. Dessa vez apresento um LP lançado pela gravadora Musidisc no ano de 1957 com Pierre Kolmann e Seu Conjunto, sugestivamente intitulado como PARA DANÇAR. Mas, quem foi Pierre Kolmann?
     A partir dos anos 50, até por razões contratuais, vários músicos se valeram  de  pseudônimos para lançar discos por outras gravadoras e não terem qualquer tipo de problema com quem os mantiam sob contrato, Nilo Sérgio, um dos nossos grandes músicos de todos os tempos e fundador/dono da gravadora Musidisc, quando retornou ao Brasil em 1953 após tentar sem sucesso carreira de cantor nos EUA, trouxe na bagagem muito conhecimento sobre a indústria musical que começava a se expandir no mundo todo graças principalmente aos LP’s, que começavam a tomar o lugar dos antigos 78 RPM na prateleira dos discófilos. Também trouxe experiência suficiente num assunto que até então não era explorado pelas gravadoras brasileiras: o Marketing Comercial. Quando fundou a Musidisc, Nilo Sergio colocou em prática toda essa experiência, já que ele passou a ver a música também como um produto comercial, exatamente como se fazia nos EUA. Se os antigos 78 RPM eram comercializados embalados apenas em um simples envelope de papel e com o selo da gravadora em questão, a partir dos LP’s de 10 polegadas passou-se a ter também o cuidado com a arte visual nas capas, o que Nilo Sergio soube como ninguém utilizar nos lançamentos da sua Musidisc. Também, seguindo as novas tendências e estilos musicais que vinham de fora, a Musidisc foi uma gravadora pioneira por lançar discos em que músicos famosos da época e também orquestras se valiam de pseudônimos com forte influência musical estrangeira. Dois dos grandes sucessos da gravadora eram músicos e orquestras devidamente renomeados: a orquestra de Severino Araújo era a famosa ORQUESTRA ROMÂNTICOS DE CUBA, talvez o maior sucesso comercial da Musidisc junto com ED LINCOLN, inclusive no exterior; Moacyr Silva e Zito Righi incorporaram o saxofonista fictício BOB FLEMING, responsável pela série SAX ESPETACULAR, também outro grande sucesso da gravadora.
     Mas, o disco aqui em questão é de Pierre Kolmann e Seu Conjunto. Mais uma vez pergunto: Quem foi Pierre Kolmann? Nada mais nada menos do que o grande pianista BRITINHO (nascido João Adelino Leal Brito, em Pelotas, Rio Grande do Sul, em 05 de maio de 1917), responsável por uma extensa obra fonográfica durante as décadas de 30 e 60, com mais de 40 discos lançados.
     Esse PARA DANÇAR foi o primeiro disco lançado por Britinho sob o pseudônimo Pierre Kolmann. Na época, o título do LP e até o seu conteúdo musical foram alvos de uma certa polêmica, já que existia uma semelhança em todos os sentidos musicais com Waldir Calmon e sua série de discos FEITO PARA DANÇAR, o próprio Waldir chegou a ser brevemente acusado de ser o pianista escondido por trás do pseudônimo Pierre Kolmann, mas depois de anos a verdadeira identidade de Kolmann foi revelada: BRITINHO.
     Curiosidade: o que muitos não perceberam é que a música que fecha o disco é de autoria do próprio Britinho: Pensando em ti. Estava alí a verdadeira identidade do pianista Pierre Kolmann e ninguém percebeu.
     Disco super agradável de se ouvir e que faz jus ao título, pois foi lançado com o intuito de fazer o ouvinte realmente dançar ao som de cada melodia apresentada aqui. Repertório formado básicamente por sucessos da época, este PARA DANÇAR não poderia ficar de fora do Blog Cultura Cabesound, mesmo que um ou outro desgaste nos sulcos tentasse impedir meu trabalho de remasterização. Mas o disco está aqui, como mais um presente para você, amante da boa música!!!

Dados do Disco:

Capa: Joselito
Foto: Mafra

Músicas
Lado 1:
01- Maracangalha (Dorival Caymmi)
02- Summertime in Venice (Icini – Sigman)
03- Que sera sera (J. Livingston – R. Evans)
04- Conceição (Dunga – Jair Amorim)
05- Inamorata (J. Broocks – H. Warren)
06- Anema e core (S D’Exposito – T. Manilio)

Lado 2:
01- Night and day (Cole Porter)
02- Canadian sunset (Eddie Hewoj)
03- Dolores (Hubert Giraud)
04- Domani (J. Minucci – T. Velona)
05- None but A lonely heart (P. Tschaikowsky)
06- Pensando em ti (Britinho)

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Elizeth Cardoso e Silvio Caldas (Copacabana Discos - 1971).


           Download aqui

Link reativado em 30/06/2015

     Volto às postagens do Blog com algo muito especial: ELIZETH CARDOSO E SILVIO CALDAS, LP duplo histórico lançado em 1971 reunindo 2 dos grandes nomes da MPB. Trago para você, que me dá a alegria de sempre prestigiar o blog CULTURA CABESOUND o volume 1 e, espero em breve poder postar também o volume 2.

   Desta vez, ao invés de colocar aqui uma biografia de ambos (o que será feito em futuras postagens de discos de Elizeth e de Silvio em separado), transcreverei fielmente o belíssimo texto de Emilio Vitale, então Diretor Geral de Produção da Copacabana Discos, contido no interior da capa dupla do álbum. Esse texto dará à você a noção exata da importância de tal disco para a Música Popular Brasileira. Eis o texto:

     " Estávamos no ano de 1958! Um dia, quando a diretoria se achava reunida, meu irmão Vicente, que nessa época era Diretor Responsável pela Direção Artística, disse em plenário: "Desejo realizar um LP que será o Disco de Ouro da Copacabana - ELIZETH CARDOSO e SILVIO CALDAS, juntos!". Todos o aplaudiram! Vicente tentou realizar o seu desejo mas não conseguiu. Anos depois Vicente retirou-se do seu cargo, que foi assumido por mim. Mas aquela idéia não saía de minha cabeça. Várias vezes falei com Elizeth e Silvio. Lembro-me bem do primeiro contato com Silvio: foi no Noturno da Central durante uma viagem com destino ao Rio. Feita a proposta, Silvio disse logo: "Com Elizeth eu topo, porque ela é autêntica, como eu. Vivemos sempre com os mesmos ideais sobre arte musical e sobre a música brasileira pura".
     É importante salientar que essas declarações foram feitas quando o Brasil e em todo o mundo imperavam a música jovem, guitarras elétricas, etc.
     Serestas, valsas, modinhas, o próprio samba, estavam praticamente ausentes das programações das Emissoras, canais de TV, inclusive das gravadoras.
     Quando conversei com Elizeth, embora em outras palavras, a resposta foi a mesma: " Isso, Emilio, seria formidável porque Silvio tem permanecido no tempo como eu: um puro sangue; pura música nossa. Estou à sua disposição! O dificil é encontrar Silvio para nos reunirmos e depois pormos o plano em execução. Mas terá que ser um disco bem cuidado".
     " Para esse disco - respondi - a Copacabana porá à disposição tudo o que for necessário, não poupando esforços para que o LP se constitua num lançamento histórico".
     O tempo passava, Silvio às vezes se encontrava no Recife, em Fortaleza, Salvador, Porto Alegre, em longas temporadas artísticas. Quando não excursionava, refugiava-se no seu sítio em Atibaia. Além disso, houve alguns períodos em que se achava contratualmente preso a outras gravadoras.
     Elizeth, excursionando várias vezes para o exterior, contribuia também para o atraso da realização do LP. Outras vezes era eu que me ausentava do país.
     O tempo continuava passando. A idéia permanecia. Aliás, por incrível que pareça, o tempo ia se tornando meu aliado porque, cada ano que passava era mais um ponto em favor do sucesso e do prestígio desses dois inigualáveis e queridos artistas de nossa terra.
     Para Elizeth foram conferidos mais títulos, mais prêmios, mais adjetivos entre os quais: A DIVINA - A ENLUARADA.
     Elizeth foi se consagrando cada vez mais com memoráveis espetáculos. Interpretou as "Bacchianas" de Villa-Lobos no Teatro Municipal de São Paulo e no do Rio, tendo sido aplaudida, de pé, durante 15 minutos. Fato inédito.
     Na noite do festival promovido pelo Museu da Imagem e do Som, no Teatro João Caetano, recebeu outra enorme consagração. Depois, no próprio Museu, viu Elizeth que se realizava com enorme sucesso uma exposição sobre a sua personalidade - outra grande prova do seu prestígio.
     Apesar das estratégicas retiradas de Silvio para estados longinquos e sua cotidianas fugas para o seu sítio, quando de suas apresentações no Rio e em São Paulo notávamos a imensa saudade que dominava o público, obrigando-o a permanecer por longas temporadas onde quer que se apresentasse. Assim, ambos foram se tornando mais e mais queridos pelas suas legiões de fãs.
     Passaram-se os anos e, eis que os programadores de Emissoras, Canais de TV, Casas de Diversões e as próprias Gravadoras começaram a sentir falta da música genuinamente brasileira e, assim, para a satisfação de todos, as serestas, modinhas, sambas e sambões, enfim, todas as nossas músicas autênticas voltaram a ser apreciadas e os jovens passaram a aplaudi-las mais até do que os mais velhos. A prova está na quantidade de Casas que só executam o samba puro e outras há que dedicam noites inteiras às saudosas serestas.
      Assim, se um LP tivesse sido lançado alguns anos atrás, não teria sido tão oportuno nem tampouco expressivo como é hoje, já que Silvio e Elizeth resistiram ao tempo, à transformação da música e aos ritmos mencionados, permanecendo intangíveis a tudo, consagrando-se cada vez mais, definitivamente no cenário artístico-musical popular.
     Continuava ainda o tempo a passar e eu a persistir na idéia. Falei com muita gente. Silvio recebeu muitos recados e muitos apelos. Elizeth, que se encontrava mais próxima de mim, estava sempre na expectativa dessa realização, embora já não alimentasse nenhuma esperança. Também pudera! uma idéia de 12 anos sem solução, era para desanimar!
     Moacyr Silva, um dos funcionários do setor de produção artística, disse-me em dezembro p.p., todo orgulhoso: " Falei com Silvio prá valer, dessa vez vamos realizar o seu sonho! Ele vai dar um show na Ilha dos Pescadores; se o senhor for à Ilha comigo, poderemos acertar os últimos detalhes; garanto que dentro de 3 meses lançaremos o LP - ELIZETH CARDOSO e SILVIO CALDAS.". A princípio duvidei; algo porém me dizia que era chegado finalmente o momento.
     Na estréia de Silvio, eu e toda a minha equipe nos instalamos na Ilha. Assistimos a mais um êxito de Silvio numa noite inesquecível. Foi memorável também porque selou definitivamente a realização do LP.
     Coloquei à disposição de Silvio e de Elizeth todo o nosso setor artístico do Rio e de São Paulo. Foram convidados todos os maestros, regentes, músicos, técnicos, lay-autistas, enfim todos os elementos que ambos exigiram, a fim de que se realizasse a contento a tão esperada produção. E aí está ela. O entusiasmo foi tão grande que Elizeth e Silvio foram gravando, gravando, e o resultado final foi que pelo grande número de gravações realizadas foi preciso lançar 2 álbuns. Assim, se o tempo de espera foi longo, foi bem compensado porque em vez de 1 LP estou entregando aos fãs de ambos 2 álbuns de ouro!
     Quero de público deixar os meus agradecimentos em primeiro lugar aos queridos artistas e meus grandes amigos Silvio e Elizeth, por atenderem a meus apelos. À Moacyr Silva por sua valiosa intervenção e perseverança no momento oportuno; à Paulo Rocco e novamente Moacyr, pela produção; aos maestros Luís Arruda Paes, Luís Chaves e Leo Peracchi pela dedicação; ao extraordinário Regional de Canhoto, que tão carinhosamente acompanhou esta realização; aos técnicos Rogério Gauss e Renaldo Mazziero que não mediram esforços no desempenho de suas funções; ao engenheiro de som Carlos de Assis Moura pela supervisão de toda a parte técnica junto aos seus comandados, a fim de que a qualidade de som fosse a melhor; por último, quero agradecer também à equipe que trabalha sob minha orientação, de vez que também ela não poupou esforços para que esta produção fosse coroada de êxito, à altura do meu desejo, bem como de meus irmãos José e Afonso, os quais há muito vinham aguardando este lançamento.
     Aos fãs de Elizeth e Silvio peço perdoarem pela demora havida, não foi por minha culpa, foi do tempo que, caprichoso, preferiu que ambos ficassem mais velhos, mais e mais queridos para que estes 2 LP's fossem guardados como jóias de inestimável valor.
     Não vou comentar nenhuma faixa, prefiro que cada cronista de Rádio, TV, Imprensa e principalmente cada qual em particular o fala expontâneamente.
     Ao apresentar estes 2 álbuns, a Copacabana o faz com muito orgulho, esclarecendo que obedeceu ainda ao propósito de fazer desta produção uma obra viva, um repertório destinado a glorificar a nossa música e não apenas mais dois discos para ficarem simplesmente nas discotecas.
     Não tenho palavras para expressar o que sinto; por isso, muito comovido digo somente: obrigado Elizeth. Obrigado Silvio, o nosso sonho foi realizado! ".
     
Músicas:

Lado 1:

01- Pout-Pourri
Serenata (Silvio Caldas - Orestes Barbosa)
Apêlo (Baden Powell - Vinicius de Moraes)
Arrependimento (Silvio Caldas - Cristóvão de Alencar)
Canção de amor (Chocolate - Elano de Paula)
Quase eu lhe disse (Silvio Caldas - Orestes Barbosa)
Nossos momentos (Haroldo Barbosa - Luis Reis)
Inquietação (Ary Barroso)
Consolação (Vinicius de Moraes - Baden Powell)
Meus vinte anos (Wilson Batista - Silvio Caldas)
02 - Chão de estrelas (Orestes Barbosa - Silvio Caldas)
03 - Mente ao meu coração (Malfitano - Pandia Pires)

Lado 2:

01 - Serra da boa esperança (Lamartine Babo)
02 - Andorinha (Silvio Caldas)
03 - O amor é assim (Sivan)
04 - Tristezas não pagam dívidas (Ismael Silva)
05 - Modinha (Sérgio Bittencourt)