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sábado, 31 de dezembro de 2011

Waldir Calmon e Seu Conjunto – Feito para dançar 10 (LongPlay Rádio – 1958).


Feito para Danar 10
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Link reativado em 31/03/2015

      Na última postagem musical do ano de 2011 do  Blog Cultura Cabesound, venho com mais um LP maravilhoso do grande Waldir Calmon: FEITO PARA DANÇAR vol 10, que com certeza embalou e ainda embalará boas festas.
     Aproveito para mais uma vez deixar meu sincero agradecimento à toda a família Calmon, em especial a minha amiga Marcia Calmon, que me autorizou a fazer cada uma das postagens relacionadas a esse que sem dúvida foi um dos maiores músicos do mundo. Aproveito também para mais uma vez divulgar o lindo trabalho que Marcia vem fazendo no site sobre seu pai, um dos melhores trabalhos de pesquisa e de memória da cultura da música popular brasileira que alguém já colocou na rede, vale muito a pena visitar: http://waldircalmon.com.
     Esse foi o décimo volume da série FEITO PARA DANÇAR, na época a gravadora Rádio estava prestes a comemorar a marca de 400.000 cópias vendidas de toda a série até então, uma marca histórica se pensarmos que a indústria dos discos LongPlays ainda estava engatinhando no país. Um texto na contra-capa desse LP mostrava toda a alegria com o feito de Waldir Calmon, esse texto reproduzo aqui agora:
     “ A maior glória que uma fábrica pôde obter no Brasil, em sucesso e vendagem de disco, é incontestávelmente da “Rádio”. Não há necessidade de se escrever muito sobre a série FEITO PARA DANÇAR. Lançado o primeiro em 1953, foi o primeiro disco popular editado em 12 polegadas, além de ser o único LP, na época, especialmente para dançar. Naquele seu estilo gostoso tendo numa face 7 músicas ligadas, sem a interrupção de faixas, foi o FEITO PARA DANÇAR N° 1 o início do grande sucesso que tornaria hoje famoso WALDIR CALMON. O nome desse notável artista dispensa comentários em contra-capas. Estes estão nos 40 LPs editados pelas fábricas com quem ele trabalha.
     FEITO PARA DANÇAR n° 10 marca o máximo até aqui atingido por uma fábrica ou por um artista. É de se notar que foram 10 discos editados em 5 anos. Dez discos do seu estilo, pelo mesmo condutor. Foram 5 anos de vendagem maior que qualquer outra série! FEITO PARA DANÇAR atingirá dentro de poucos meses a casa de 400 mil discos vendidos. É uma glória que não podemos deixar de registrar. É o profundo reconhecimento ao imenso público desse fabuloso WALDIR CALMON.
     Viemos desde 1952 editando discos de dança, sem muita divulgação, sem alarde. Sempre fomos recompensados. Aqui está a prova! Aqui está o FEITO PARA DANÇAR n° 10, com WALDIR CALMON e seu Conjunto, mantendo o recorde de vendas. O público foi quem pediu! O público não quiz os imitadores, o público quer o artista que criou, por que se assim não fosse não estaria aqui este prêmio, nosso e do WALDIR CALMON.”
     Bom, então fechando de forma especialíssima o ano de 2011 do Blog Cultura Cabesound está WALDIR CALMON e toda a sua categoria de grande pianista. Aproveito assim para desejar à todos os amigos do Blog um maravilhoso 2012. Muito mais vem pela frente!!!
Músicas
Lado 1:
01- Samba do Teleco-Teco (João Roberto Kelly)
02- Cabecinha no ombro (Paulo Borges)
03- É luxo só (Ari Barroso)
04- Este é o samba (Getulio Macedo – Almeida Batista)
05- Cachito (Consuelo Velasquez)
06- Mineirinho (Paulo Nunes – Baden Powell)
Lado 2:
01- Ay! Cosita linda (P. Galan – Francisco J. Garcia)
02- Nel blu, dipinto di blu (D. Modugno – F. Migliacci)
03- Eu não existo sem você (Antonio C. Jobim – Vinicius de Morais)
04- Gondolier (Marcucci – De Angelis)
05- Tequila (Chuck Rio)

domingo, 25 de dezembro de 2011

Feliz Natal!!!

sábado, 24 de dezembro de 2011

Milton Banana Trio – O Trio (IEM/Odeon – 1968).

O trio 1968
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Link atualizado em 02/04/15

     Preparativos natalinos a pleno vapor e eis que me vem a inspiração para uma postagem de um LP de um dos maiores músicos brasileiros de todos os tempos e um dos responsáveis pelo sucesso de nossa música mundo a fora  e que pela primeira vez tem seu espaço no Blog Cultura Cabesound: Milton Banana.
Milton Banana        Nascido Antonio de Souza, no Rio de Janeiro em 23 de abril de 1935, o “Rei do Ritmo”, assim como é considerado até hoje, começou a se interessar pela música muito jovem ainda, principalmente pela percussão, aprendendo logo a tocar bateria sozinho. Em 1955 iniciou carreira artística no conjunto de Waldir Calmon, se apresentando na Boate Arpége, já rebatizado artisticamente como Milton Banana. Logo ingressaria no Milionários do Ritmo, de Djalma Ferreira, passando a se apresentar na Boate Drink. No ano seguinte passou a trabalhar com Luiz Eça na Boate do Hotel Plaza. Em 1958 faz sua primeira participação como baterista em disco, gravando nada mais nada menos que o 78RPM CHEGA DE SAUDADE, de João Gilberto, primeiro grande marco da Bossa Nova. Milton, desde então, passou a ser considerado o inventor da batida da Bossa Nova para bateria.
     Em 1962 participou do antológico espetáculo “Encontro”, produzido por Aloysio de Oliveira, na boate Au Bon Gourmet, no Rio de Janeiro, ao lado de nomes como João Gilberto, Tom Jobim, Vinicius de Morais e Os Cariocas. Nesse mesmo ano acompanhou João Gilberto em sua turnê por Buenos Aires na boate 676 e ainda foi um dos músicos participantes do histórico show da Bossa Nova no Carnegie Hall, em Nova York.
     Ainda nos Estados Unidos, no ano seguinte participou como baterista de outro álbum antológico: “Getz-Gilberto”. Trabalhou também com Astrud Gilberto e outros grandes nomes da música mundial. Nesse mesmo ano saiu em turnê por países da Europa,  como Itália e França, ao lado de João Gilberto, João Donato e Tião Neto.
     Na volta ao Brasil em 1965, cria o Milton Banana Trio, que se tornou um grupo ímpar na música brasileira exatamente porque nunca até então um baterista conduzira seu próprio grupo musical. O grupo teve várias formações em sua trajetória musical e lançou vários discos, primeiramente pela Odeon e depois pela RCA. Trabalhou também com vários artistas brasileiros em shows e gravações.
     Seu último grande show foi em 1998, na Praia de Copacabana, intitulado “Chega de Saudade”. Faleceu no Rio de Janeiro no dia 15 de maio de 1999, aos 64 anos de idade. Em seu velório o que mais chamava a atenção de todos os amigos presentes era uma coroa de flores com os seguintes dizeres: “À Milton, à quem o Brasil não homenageou nem reconheceu nunca. Ass: Todos os Músicos do Brasil”. Soube-se mais tarde que essas palavras foram de João Gilberto.
     De alguma forma o Blog Cultura Cabesound faz a sua parte preenchendo um pouco essa lacuna e presta essa singela homenagem ao “Rei do Ritmo” apresentando esse O TRIO, lançado em 1968, disco com repertório de músicas em sua maioria lançamentos da época, mas que com o tempo se tornaram sucessos de primeira grandeza. O Milton Banana Trio era formado nesse disco pelo próprio Milton Banana na bateria, com o auxílio luxuoso de Wanderley no piano e Azeitona no contrabaixo. O Trio executou cada música desse álbum com uma categoria comparada aos grandes músicos do mundo, tudo isso sob a batuta do grande Milton Banana. Grande presente de Natal do Blog Cultura Cabesound à você, que sempre me dá a alegria de sua visita e que, como eu, é admirador da boa música instrumental. Deleite-se!!!

Dados do disco
Produtor Fonográfico: Indústrias Elétricas e Musicais Fábrica Odeon S/A
Equipe de produção artistico-fonográfica realizadora deste álbum:
Diretor de Produção: Milton Miranda
Diretor Musical: Lyrio Panicalli
Diretor Técnico: Z. J. Merky
Técnico de Gravação: Jorge Teixeira da Rocha
Técnico de Laboratório: Reny R. Lippi
Lay-Out: Moacyr Rocha
Fotos: Mafra

Músicas
Lado 1:
01- Samba do perdão (Baden Powell – Paulo Cesar Pinheiro)
02- Segura este samba “Ogunhê” (Oswaldo Nunes)
03- Você passa eu acho graça (Carlos Imperial – Ataulfo Alves)
04- Da cor do pecado (Bororó)
05- Bom tempo (Chico Buarque de Hollanda)
06- Mudando de conversa (Maurício Tapajós – Herminio Bello de Carvalho)

Lado 2:
01- Ultimatum (Marcos Valle – Paulo Sérgio Valle)
02- Ela desatinou (Chico Buarque de Hollanda)
03- Um novo rumo (Arthur Verocai – Geraldo Flach)
04- Retrato em branco e preto (Antonio Carlos Jobim – Chico Buarque de Hollanda)
05- Manias (Flávio Cavalcanti – Celso Cavalcanti)
06- Sá Marina (Antonio Adolfo – Tibério Gaspar)

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Amelinha – Flor da Paisagem (CBS – 1977).


Amelinha 77
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Link reativado em 02/04/2015
 
      Raimundo Fagner, em crescente sucesso musical e reconhecimento do público e da crítica, ganhou créditos e liberdade artística suficientes para se tornar Diretor Musical da gravadora CBS e lançar para o mercado alguns daqueles jovens que faziam parte do chamado “Pessoal do Ceará”. Alguns nomes como Terezinha de Jesus, Ednardo e Walter Franco lançaram ótimos discos mas não seguiram uma trajetória de sucesso, mas outros nomes como Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e AMELINHA ganharam notoriedade e reconhecimento.
     A primeira vez que o público ouviu a voz de AMELINHA em disco foi ainda em 1975, em participação vocal no LP Ave Noturna, lançado por Fagner na gravadora Continental. Esse FLOR DA PAISAGEM, lançado pela CBS em 1977 então não foi sua estréia em disco mas sim seu primeiro LP solo.
     A voz de AMELINHA, uma das melhores intérpretes de nossa música, emoldura com beleza e delicadeza cada uma das onze faixas do disco, que tem em Fagner uma figura de real importância na concepção do disco, desde a escolha dos músicos participantes até o repertório. No texto contido nas bordas da contra-capa e que talvez muitos não tenham reparado, Fagner expressa toda a sua felicidade com a oportunidade que teve de mostrar para o público esse emergente talento musical chamado AMELINHA. Aqui vai o texto:
     “A oportunidade de fazer este disco com a AMELINHA, para mim é fato de rara importância. Um desejo que vem desde os primeiros tempos no Sul, e que agora se concretiza. Nada tenho a acrescentar à sua voz singular e bela e ao seu bom gosto terrivelmente em dia. Uma luz, uma coisa assim… Ela não é a maior e nem a melhor, tem consciente o seu lugar e não precisa usar de artifícios para ocupar um espaço que certamente será seu. Basta olhar nos seus olhos de Bíla, puros como a noite, é claro. Agradeço a todos que estiveram envolvidos neste trabalho: Músicos, compositores, assistentes, técnicos, artistas da capa, como também a CBS, que sem dúvidas terá bastante força, tendo “essa menina” jogando pelas suas cores. Um sorriso na Galera.
                                                                                   Raimundo Fagner”.
     Este é mais um presente do Blog Cultura Cabesound, presente de primeira qualidade para você, que sempre me dá a alegria de sua visita!!!
Dados do disco:
Direção Artistica: Jairo Pires
Direção de Estudio: Fagner – Tony Bizarro – Romeu Giosa
Direção Musical: Fagner
Coordenação: Emilio Carrera
Musicos: Robertinho de Recife, Emilio Carrera, Beto Melo, Ife, Marcinho Werneck, Dudu, Luiz, Osvaldinho
Arranjos: Base – Os músicos
Sugestões: Amelinha
Destaques: Fagner (Agonia, Mal Doloroso, Pobre Bichinho)
Robertinho de Recife (Flor da Paisagem)
Cordas e Regencia: Leo Peracchi
Estudio: Eldorado – SP
Tecnicos: Flavio A. Barreira, Luis Carlos Batista, José Luis Costa
Mixagem: Flavio A. Barreira, José Luis Costa, Romeu Giosa
Capa: Fausto Nilo, Dado e Maxim
Fotos
Capa: Mauricio Albano
Contra-capa: José Albano
Musicas
Lado 1:
01- Santo e demonio (Fagner – Ricardo Torres)
02- Ponta de espinho (Ednardo)
03- A cal mar-se (Ednardo – Brandão)
04- Aprender a voar (Beto Mello)
05- Depende (Fagner – Abel Silva)
06- Cintura fina (Luiz Gonzaga – Zé Dantas)
Lado 2:
01- Senhora Dona (Petrucio Maia – Brandão)
02- Flor da paisagem (Robertinho de Recife – Fausto Nilo)
03- Pobre bichinho (Fagner)
04- Mal doloroso (Petrucio Maia – Pepe)
05- Agonia (Fagner)

domingo, 4 de dezembro de 2011

Ivan Casanova e Seus Conjuntos – Um olhar… uma dança… um amor (IEM/Imperial – 1960).

Ivan Casanova
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Link reativado em 02/04/2015

     Voltamos a falar aqui sobre música instrumental de qualidade e, ao mesmo tempo, voltamos a falar sobre grandes músicos que por problemas contratuais usavam pseudônimos para lançar seus discos por outras gravadoras entre o fim dos anos 50 e início dos anos 60.
     Esse maravilhoso disco, lançado pelo selo Imperial, pertencente à Industrias Elétricas e Musicais (IEM) Fábrica Odeon S/A apresentava ao público IVAN CASANOVA E SEUS CONJUNTOS, mas, quem era na realidade esse músico? Era o grande pianista e organista WALTER WANDERLEY que, pelo menos por esse mesmo selo Imperial além de IVAN CASANOVA lançou um disco também como MIKE FALCÃO.
Wanderley      Nascido em Recife no dia 12 de Maio de 1932, foi casado com a grande cantora Izaurinha Garcia. Se mudou para São Paulo em meados dos anos 50 e começou a trabalhar profissionalmente como pianista em bares e casas noturnas. Formou o Walter Wanderley e Seu Conjunto, em que tocava órgão e chegou a acompanhar João Gilberto e Dóris Monteiro, entre outros renomados artistas. Foi um dos músicos mais requisitados no auge da Bossa Nova, tendo seu talento reconhecido inclusive fora do Brasil. Por influência de Tony Bennett, se mudou para os Estados Unidos em 1966, de onde não mais voltaria e, lá consolidou ainda mais sua carreira musical a partir do lançamento do compacto “Samba de Verão”, de autoria de Marcos Valle e Paulo Sérgio Valle, que alcançou o nº 2 nas paradas de sucesso do país e vendeu mais de 1 milhão de cópias. Fez muito sucesso internacionalmente também acompanhando Astrud Gilberto e, com ela dividiu os créditos pelos projetos A Certain Smile e A Certain Sadness, que muito ajudaram Walter a ter seu nome como um dos mais influentes no meio jazzistico mundial. Realizou trabalhos também com Eumir Deodato e Heraldo do Monte. Morreu em San Francisco, Califórnia, em 04 de Setembro de 1986, vítima de um câncer.
     Sob o pseudônimo IVAN CASANOVA, WALTER WANDERLEY lançou este UM OLHAR… UMA DANÇA… UM AMOR em 1960, onde mostrava que era um músico completo, executando arranjos não apenas Bossanovistas, mas também Jazz, samba e bolero com maestria ímpar. O disco é um primor de bom gosto do seu inicio ao final e é o novo presente que o Blog Cultura Cabesound oferece à você, amigo(a), que está visitando esta página e sempre me dá a alegria de seu prestígio.

Dados do disco

Foto da Capa: F. Pereira
Layout: Cesar

Músicas

Lado 1:
01- The man i love (George & Ira Gershwin)
02- Chega de saudade (Antonio Carlos Jobim – Vinicius de Morais)
03- El reloj (Roberto Cantoral)
04- Love is the tender trap (Sammy Cahn – James Van Heussen)
05- Angustia (Orlando Brito)
06- On the sunny side of the street (Dorothy Fields – Jimmy McHugh)

Lado 2:
01- O apito no samba (Luiz Bandeira)
02- Aquejos ojos verdes (Nilo Menendez – Adolfo Utrera)
03- No taboleiro da baiana (Ary Barroso)
04- Stormy weather (Harold Harlen – Ted Koehler)
05- As pastorinhas (Noel Rosa – João de Barro)
06- Te quiero dijiste (Maria Grever – Charles Pasquale).