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sábado, 30 de março de 2013

Helmut Zacharias e Seus Violinos Mágicos–The Zacharias HI-FI show (Polydor/Siemens do Brasil–1959)

HZ Show
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 Link atualizado em 28/03/15

     Amigos do Blog CULTURA CABESOUND, estou de volta. Desculpem se dessa vez não coloquei nenhuma mensagem explicando a ausência, mas nunca é tarde para corrigir essa falha. Um tratamento auditivo atrapalhou qualquer tentativa de preparar novas postagens musicais nesse período, mas agora recuperado, eis que volto com mais um pouco de música instrumental, dessa vez com o grande maestro e violinista HELMUT ZACHARIAS.
     ZACHARIAS já tem uma pequena biografia incluida no Blog, na postagem O SOM, O ESTILO E A PERSONALIDADE DAS GRANDES ORQUESTRAS. O belíssimo LP que posto nesse momento foi lançado aqui no Brasil em 1959, época em que o selo Polydor ainda não pertencia à CBD.
     Reproduzo a seguir o texto original da contra-capa deste lp:
     “Helmut Zacharias, uma das figuras mais populares da música européia, tornou-se favorito no mundo inteiro. Tinha pouco mais de dez anos quando, depois de estudar e tocar com seu pai, violinista, apareceu como solista com uma orquestra sinfônica. Poucos anos mais tarde, excursionou pela Europa como membro de um conjunto de música de câmera.
     Depois de desenvolver um grande interesse pelo Jazz, com pouco mais de 20 anos, Zacharias em pouco tempo ficou conhecido como o maior violinista de Jazz da Europa e foi apelidado de “The Hottest Fiddler” do continente. Mestre reconhecido da técnica do arco saltitante, ele assombrava os ouvintes com espantosas vibrações, acordes de quatro cordas e outros efeitos que só um mestre pode produzir.
     Como demonstra esse album, Jazz é apenas uma faceta de seu raro virtuosismo. Numa combinação de sua tendencia inicial para a música séria e de seu estilo posteriormente popular, ZACHARIAS leva você numa viagem musical ao redor do mundo de sucessos.
     PIOVE (Ciao ciao bambina), a maior atração e a melodia premiada no 9º Festival da Canção em San Remo, o mundialmente conhecido concurso de canções italiano, levado a efeito nos dias 29 e 30 de janeiro de 1959, recebe aqui um emocionante tratamento instrumental, que combina todas as qualidades do sensacional e mais recente sucesso de Domenico “Volare” Modugno.
     Há brilhantes execuções do recente sucesso americano TEA FOR TWO CHA CHAe de uma das grandes sensações de 1958: COME PRIMA (More than ever), bem como de grandes melodias de um passado recente e que são Standards do presente, como AVE MARIA NO MORRO e PASSION FLOWER, incluidas nesse album, que termina com o eterno grande sucesso de ZACHARIAS: WHEN THE WHITE LILACS BLOOM AGAIN (Wen der weisse flieder wieder bluht).
     Esta nova coleção exibe a assombrosa habilidade de ZACHARIAS num espetáculo único. Seus arranjos coloridos são brilhantemente interpretados por uma grande orquestra e os solos de ZACHARIAS são, como sempre, soberbos. O resultado deste SHOW DE ZACHARIAS é encantamento.”
     Então, aqui está mais um presente de qualidade do Blog CULTURA CABESOUND à todos os amigos que são amantes da música de qualidade. Muito mais vem por aí!

Músicas:
Lado 1:
01- Piove “Ciao ciao Bambina” (Modugno)
02- Ave Maria no morro (Martins)
03- Pablito (Michey)
04- Come prima “More than ever” (Di Paola – Taccani – Panzeri)
05- Le gitan et la fille (Moustaki)
06- Bermuda-Shorts (Zacharias)

Lado 2:
01- Tea for two cha-cha (Youmans – Caesar)
02- Passion flower (Arr: Zacharias)
03- Ballade Irlandaise (Stern)
04- Caribean cruise (Benjamin – Marcus)
05- Mon coeur au Portugal (Gasté)
06- When the white lilacs bloom again (Doelle)

quarta-feira, 20 de março de 2013

Emílio Santiago ( * 06–12–1946 / + 20–03–2013 )

 

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     Depois de um certo tempo sem novas postagens, eis que o Blog Cultura Cabesound retorna às atividades exatamente como no ano que se passou, prestando homenagem à mais um grande músico que nos deixa órfãos de seu grande talento. Uma das mais belas vozes da música, não apenas brasileira, mas também mundial, se calou na manhã desse dia 20 de março de 2013: EMÍLIO SANTIAGO.

     Emílio perdeu a batalha contra um cruel AVC que o vitimou, mesmo sendo, de acordo com familiares e amigos, uma pessoa saudável. No último dia 07 de março a notícia do AVC e consequente internação na UTI do Hospital Samaritano (Botafogo – RJ) causou supresa e comoção mas, conforme os dias foram passando, as esperanças de que Emílio pudesse se recuperar aumentavam. Mas, hoje (20/03), as 06:30 da manhã, veio a notícia que ninguém gostaria de receber.

     Emílio Vitalino Santiago nasceu no Rio de Janeiro, em 06 de dezembro de 1946. Desde pequeno demonstrava aptidões musicais graças a horas ouvindo músicas de seus ídolos Nelson Gonçalves, Cauby Peixoto e João Gilberto, mas também alimentava ser um dia como Nat King Cole. Mas, ao invés de um músico, seus pais não queriam vê-lo abandonar os estudos. Assim foi até Emílio ingressar na Faculdade de Direito em 1970, mas, logo o desejo de se inveredar pela música se sobrepôs. Participou de um festival na sua própria Faculdade, interpretando 3 canções. Os jurados, nada mais nada menos que José Messias, Taiguara, Marlene, Mariozinho Rocha e Marcos Valle, entre outros, classificaram 2 das 3 canções interpretadas pelo “quase” Bacharel em 2º e 3º lugares respectivamente e o escolheram o melhor intérprete do Festival. Assim, Emílio decide definitivamente que o seu futuro seria a música.

     Tem uma participação bem sucedida, em 1972, no programa A Grande Chance, de Flávio Cavalcanti, na extinta TV Tupi, interpretando “Que bobeira”, de Marcos e Paulo Sérgio Valle, que lhe abrem as portas para ingressar definitivamente no meio musical, primeiro, se tornando crooner da orquestra de Ed Lincoln, logo depois, em 1973, sendo contratado pela PHILLIPS, para o lançamento de um compacto com as músicas “Transas de amor” e “Saravá nega”, que não obtem sucesso comercial, graças principalmente à falta de melhor divulgação.

     Emílio segue sua trajetória como crooner de boates até ser contratado pela gravadora CID, em 1975. No mesmo ano lança seu primeiro LP, com músicas de Ivan Lins, Jorge Ben, entre outros. O disco tem boa aceitação comercial graças principalmente à sua versão samba-funk de “Bananeira”, de João Donato. No ano seguinte, inicia nova trajetória na PHILLIPS, lançando em seguida o LP BRASILEIRÍSSIMAS, que se torna um clássico de sua discografia.

     Em 1977, a voz de Emílio Santiago torna-se conhecida em todo o país, graças a inclusão de “Nêga”, de autoria de Vevé Calazans, na trilha sonora da novela O ASTRO, da Rede Globo. A partir de então, músicas como “Guerreiro coração” e “Logo agora” tornam-se clássicos de seu repertório.

     Em 1985 é escolhido o melhor intérprete do FESTIVAL DOS FESTIVAIS, da Rede Globo, por “Elis, Elis”, de Estevan Natolo Júnior e Marcelo Simões.

     Em 1988 é contratado pela SOM LIVRE para ser o intérprete de um projeto musical de Heleno Oliveira intitulado AQUARELA BRASILEIRA. Com produção de Roberto Menescal, o disco reunia grandes clássicos da música popular brasileira, de vários autores e épocas. O lançamento se transforma num grande sucesso comercial que incentiva o lançamento, em 1989, do segundo volume, que supera o sucesso do primeiro, principalmente por “SAIGON”, de Paulo Cesar Feital, Claudio Cartier e Carlão, que se torna uma das músicas mais executadas naquele ano e presença obrigatória no repertório de todos os shows de Emílio. O projeto AQUARELA BRASILEIRA rende 7 volumes até 1995, totalizando 4 milhões de cópias vendidas e crava EMÍLIO SANTIAGO definitivamente no rol dos grandes intérpretes da MPB, com apresentações elogiadíssimas pelo Brasil e pelo mundo a fora.

     Em 2005 lança pela Índie Records o primeiro CD/DVD ao vivo de sua carreira, intitulado O MELHOR DAS AQUARELAS.

     Em 2010 tornou-se independente, inaugurando seu selo SANTIAGO MUSIC, lançando o CD “SÓ DANÇO SAMBA”, uma homenagem à Ed Lincoln. Seu último lançamento foi o CD/DVD “SÓ DANÇO SAMBA AO VIVO”, em que comemorou 40 anos de carreira artística.

     A voz de EMÍLIO SANTIAGO com certeza ficará para sempre na memória daqueles que como eu apreciam a boa música. O céu ficou ainda mais cheio de talentos musicais com a chegada deste grande intérprete. Os anjos com certeza irão aplaudir. Descanse em paz, Emílio!